LOC.: O União Brasil e o PL dominaram as eleições municipais, em primeiro turno, entre as 100 cidades brasileiras mais ricas no agronegócio. Juntos, os dois partidos somaram 47 prefeitos eleitos no último dia 6 de outubro. O MDB, com 18 candidatos escolhidos pelo eleitorado, também se destacou nesse grupo de cidades. É o que mostra levantamento feito pelo Brasil 61.
Já siglas com perfil político mais voltado para a esquerda, como PT e PSB, elegeram poucos prefeitos, apenas 2, cada, nessa primeira rodada de votação. O Republicanos, por sua vez, elegeu 8, enquanto o PSD, 4.
Em relação às cidades com peso econômico mais voltado para o agronegócio, o cientista político Eduardo Grin avalia que, historicamente, o eleitorado tende a votar em quem apresenta propostas mais alinhadas com ala centro-direita, por isso, segundo ele, esse cenário é tão comum.
TEC./SONORA: Eduardo Grin, cientista político
“O fato de serem candidatos vinculados aos partidos do “centrão”, como PSD, PL e MDB, em geral, não me espanta. Se observarmos, são cidades vinculadas ao agronegócio. Isso significa dizer que esses partidos tem mais vinculação com o meio empresarial do que os de esquerda. É muito difícil que partidos de esquerda furem essa compreensão de mundo. Claro que existem candidaturas do PSOL e do PT, mas elas, em muitas cidades, têm mais dificuldade de penetrar nesse tipo de eleitorado.”
LOC.: O União conseguiu êxito em cidades como Sorriso (MT) - que tem valor de produção agrícola estimado em cerca de R$ 8 bilhões. Já o PP conseguiu eleger prefeitos em cidades como São Desidério (BA), com valor de produção agrícola de R$ 7 bilhões, enquanto o MDB conseguiu em Rio Verde (GO), que tem valor de produção agrícola de mais de R$ 6 bilhões. Já o PT conseguiu, por exemplo, em Baixa Grande do Ribeiro (PI), com valor de produção agrícola estimado em R$ 3 bilhões.
Reportagem, Marquezan Araújo