LOC.: Segundo o último relatório El Niño/La Niña, elaborado pela Organização Meteorológica Mundial, há 60% de chance do atual episódio de El Niño continue atuando de março a maio. Dessa forma, as condições características do fenômeno podem continuar, de forma reduzida, com temperaturas acima da média.
A advogada especialista em Direito Ambiental Luciana Lara explica que o El Niño é um fenômeno climático natural, provocado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico.
TEC./SONORA: Luciana Lara, advogada especialista em Direito Ambiental e membro da Comissão Nacional de Mudanças Climáticas do Conselho Federal da OAB
"Acaba ocorrendo também o aquecimento dos países que circunvizinham o Oceano Pacífico. É um evento climático natural, mas que dada as consequências das alterações climáticas atuais e o aquecimento global, tem ocorrido nos últimos anos com uma certa anormalidade, um pouco mais exacerbada, trazendo consequências climáticas mais gravosas."
LOC.: Segundo a meteorologista, durante o El Niño, as chuvas ficam com volumes acima da média na região Sul, podendo se estender para estados como São Paulo e Mato Grosso do Sul.
No Norte, Nordeste e nas regiões equatoriais ocorre a diminuição de chuvas, favorecendo condições climáticas mais secas. Além disso, ela aponta que durante o início do fenômeno, as temperaturas ficam mais elevadas.
Andrea Ramos alerta para os impactos dessas mudanças climáticas no agronegócio, como na colheita de soja, uma das mais afetadas pela a falta de chuva.
TEC./SONORA: Andrea Ramos, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)
“O alto índice de chuva, com volumes acima da média, pode afetar o ciclo normal da safra e dificuldade colheita, além de criar ambiente para proliferação de algumas doenças e pragas. Nos cultivos de inverno como trigo, cevada, aveia e outros que sofrem com excesso de umidade, também pode ser prejudicial.”
LOC.: O Paraná foi um dos estados prejudicados pelo El Niño. Segundo o Departamento de Economia Rural, as perdas chegaram a um valor preliminar de 2,5 bilhões de reais em 2023.
De acordo com Andrea, a estiagem também podem prejudicar a colheita. Ela aponta que semeadura atrasa, prolongando e dificultando o ciclo de formação na lavoura.
Reportagem, Nathália Guimarães