LOC.: Diminuir a desigualdade social no Brasil passa pela inclusão das pessoas pobres no mercado de trabalho. É o que repetiram diversas vezes os participantes do seminário sobre Desenvolvimento Social, promovido pela Confederação Nacional da Indústria, a CNI, como parte das celebrações dos 200 anos de Independência, nesta quarta-feira (4).
A socióloga Maria Alice Setúbal disse que é preciso haver integração entre a esfera pública, a sociedade e o setor produtivo para entender as necessidades e explorar o potencial de cada comunidade.
TEC./SONORA: Maria Alice Setúbal, socióloga
“O Estado tem que olhar para as diferentes regiões do Brasil. As diversidades e as potências são muito grandes. Então, a gente pode ter políticas universais macro, mas daqui de Brasília ou do Palácio Bandeirantes, em São Paulo, não conseguem chegar na população que está ali no território, como a gente viu inúmeras vezes na pandemia. Isso só será feito numa integração entre governos, sociedade civil, organizações de base e empresas”.
LOC.: Celso Athaíde, ativista social e fundador da Central Única das Favelas, a CUFA, reforçou que o direito ao trabalho é uma garantia da Constituição Federal. Segundo ele, só será possível gerar emprego e renda se o poder público e a sociedade civil enxergarem a diversidade e as particularidades de cada local e população.
TEC./SONORA: Celso Athaíde, ativista social e fundador da Central Única das Favelas (CUFA),
“A pobreza é diferente em cada lugar e, por isso, o direito ao trabalho dessas pessoas que estão nesse estado de pobreza precisa ser percebido com a vocação de cada um desses lugares. As favelas da Rocinha e Heliópolis são maiores do que 80% das cidades. Se você pensar que essas favelas não têm prefeitos, elas podem pensar na pobreza daquele lugar da mesma maneira que você tem políticas para as cidades”.
LOC.: Presente no seminário, o deputado Daniel Almeida (PC do B-BA) afirmou que a solução da desigualdade passa pela contribuição do governo, do setor produtivo e da sociedade civil.
TEC./SONORA: Daniel Almeida (PC do B-BA), deputado federal
“Quando a CNI incorpora na sua preocupação para os próximos anos o desafio de superar as desigualdades sociais, eu considero algo relevante, necessário. Toda a sociedade brasileira tem contribuição a dar nesse desafio”.
LOC.: A série de seminários do evento 200 Anos de Independência — A indústria e o futuro do Brasil terá, ainda, mais dois seminários. Na próxima quarta-feira (11), o tema é “Desenvolvimento Industrial, Científico e Tecnológico”. No dia 1º de junho, será a vez de debater “Educação e Cidadania”.