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No dia 26 de março celebra-se, desde 2008, o Dia Mundial da Conscientização sobre a Epilepsia. O Dia Roxo, como é conhecido, é um esforço internacional que visa aumentar a compreensão sobre a epilepsia. A condição afeta cerca de 2% da população brasileira e aproximadamente 50 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, 25% dos pacientes com a condição são portadores em estágio grave. No geral, o tratamento é feito por meio de medicamentos que evitam as descargas cerebrais anormais. A epilepsia é uma condição neurológica que afeta pessoas de todas as idades. Durante segundos ou minutos, parte do cérebro emite sinais incorretos e causa crises que podem se manifestar em convulsões ou outros sintomas, como explica a neuropsicóloga Simone Lavorato.
“As crises epiléticas acontecem quando um determinado grupo de neurônios passa a disparar de uma forma anormal e sincronizada criando um excesso de atividade cerebral. Isso pode acontecer em diversas condições, como infecções, traumas, anormalidades metabólicas. E a epilepsia, propriamente dita, é essa anormalidade na conectividade cerebral, que faz com que esses disparos excessivos surjam com mais facilidade, podendo ocorrer de forma espontânea nas pessoas”, detalha.
A condição pode ser causada por traumas na cabeça — recentes ou não — traumas na hora do parto, abuso de álcool e drogas, tumores e outras doenças neurológicas. Segundo o Ministério da Saúde, para que seja caracterizada epilepsia, é necessário recorrência espontânea das crises, com intervalo de, no mínimo, 24 horas entre cada uma delas. Simone Lavorato destaca a importância de conscientizar as pessoas sobre o tema.
“A conscientização da sociedade acerca da epilepsia, de como ela se manifesta e o que podemos fazer se tivermos ao lado de uma pessoa que está tendo uma crise epilética, no sentido de dar um auxílio, de socorrer, ela é muito importante. Pois a ignorância, muitas vezes, afasta as pessoas e na verdade nós podemos salvar vidas. E o conhecimento vai nos dar a condição social de salvar vidas”, afirma.
Pós-doutor e PhD em Neurociências, Fabiano de Abreu destaca que “as convulsões podem afetar as pessoas de maneira diferente, dependendo de qual parte do cérebro está envolvida.” Ele ressalta que “os sintomas incluem espasmos e tremores incontroláveis, chamados de ataques; perdendo a consciência e olhando fixamente para o nada e ficando rígido; sensações estranhas como uma sensação de subir na barriga e cheiros ou gosto incomuns e sensação de formigamento nos braços e pernas”
As crises epilépticas podem se manifestar como crise convulsiva. Nesse caso há possibilidade de queda, contrações musculares, mordedura da língua, salivação intensa, e respiração ofegante. Nesse processo, a pessoa pode também urinar. Na crise do tipo “ausência”, ocorre um desligamento da pessoa. Ela fica com olhar fixo e perde contato com o meio por alguns segundos.
Outro tipo de manifestação é do tipo “alerta”. Ocorre como se a pessoa estivesse alerta, com movimentos automáticos. No entanto, não há controle nesses atos. Também existem outras formas em que a epilepsia pode se manifestar.
Segundo o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento integral e gratuito para os casos de epilepsia, desde diagnóstico até o acompanhamento e tratamento necessários, inclusive o medicamentoso.
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