Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

DF: 5,5 mil pessoas deixaram de trabalhar no setor de comércio, em 10 anos

Empresas do ramo ocuparam um total de 177.409 pessoas em 2021, no DF. Os dados são da Pesquisa Anual de Comércio do IBGE.

SalvarSalvar imagemTextoTexto para rádio

O Distrito Federal registrou uma redução de 5,5 mil pessoas ocupadas no setor do comércio, entre 2012 e 2021. Os dados constam na Pesquisa Anual de Comércio (PAC), divulgada nesta sexta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento comparou as características estruturais do segmento empresarial da atividade de comércio, num período de 10 anos. Segundo o estudo, em 2021, o setor ocupou um total de 177.409 pessoas, no DF. Em 2012, eram 182, 915 pessoas.

A pesquisa avalia os três principais segmentos: comércio de veículos, peças e motocicletas; comércio por atacado; e comércio varejista.  Segundo o IBGE, houve decréscimo de 4,6% no número de unidades locais com receita de revenda das empresas comerciais no DF. O total de unidades locais passou de 24,9 mil em 2012, para 23,8 mil em 2021.

Também houve perda de 1,4 mil unidades no comércio varejista e de 412 unidades no comércio de veículos, peças e motocicletas. Por outro lado, o comércio atacadista apresentou aumento de 673 unidades.

De acordo com o estudo, em 2021, o salário médio mensal percebido por trabalhadores em cada divisão de atividades permaneceu em 1,8 salários-mínimo. Em comparação a 2012, houve uma queda no salário médio recebido no comércio por atacado e de veículos, peças e motocicletas, com redução de 2,7 e 2,5, respectivamente, para 2,2 salários-mínimos em 2021. O salário médio no comércio varejista permaneceu constante (1,6 salário-mínimo). 

Dentro dessa situação, o economista Aurélio Trancoso destaca que, diante dos resultados, é possível notar que os melhores salários do país em relação ao setor se concentram nas regiões Sul e Sudeste, que, por sua vez, também são as regiões que mais empregaram pessoas até 2021.

“Teve um aumento pequeno, mas teve. Depois, o Centro-Oeste, com aumento praticamente igual ao do Brasil, acompanhou o aumento brasileiro. E você tem Norte e Nordeste com os menores aumentos em termos de salário. Quando você fala de pessoas ocupadas, as regiões Sul e Sudeste são as que mais empregam e são as que dão melhores salários”, diz.

Apesar das reduções, a receita bruta do DF em 2021 dobrou de valor, em comparação ao ano de 2012, registrando R$ 105,7 bilhões. Do total, R$ 50,7 bilhões (47,9%) foram gerados no comércio varejista; R$ 39,5 bilhões (37,4%) no comércio por atacado; e R$ 15,5 bilhões (14,7%) no comércio de veículos, peças e motocicletas.

O economista Luigi Mauri observa que, apesar da relativa melhora que ocorreu no comércio, não houve uma recuperação total com relação ao período pré-pandemia. Ainda segundo o especialista, houve mudanças no comportamento de consumo dos brasileiros.

“Até 2021, a gente consegue observar claramente que o consumidor teve uma preferência por vendas online, quer dizer, as vendas físicas no comércio diminuíram e as vendas online cresceram. Ainda não é a predominância, mas elas tiveram um bom destaque nesse período até 2021. Isso pode apontar uma tendência para os próximos anos de o consumidor preferir comprar do conforto da sua casa, online, em vez de ir ao comércio fisicamente”, explica.

Pesquisa Anual de Comércio (PAC)

O IBGE realiza a Pesquisa Anual de Comércio desde 1996. Segundo o instituto, as informações retratadas na PAC são indispensáveis para a análise e o planejamento econômico das empresas do setor privado e dos diferentes níveis de governo.
 

Receba nossos conteúdos em primeira mão.