LOC.: Cerca 77% dos brasileiros utilizam a automedicação como forma de tratamento para doenças, segundo o Conselho Federal de Medicina. No cenário de crescente número de casos de dengue pelo país, a utilização dessa prática preocupa especialistas.
Segundo o médico infectologista Fernando Chagas, no caso da dengue algumas medicações para reduzir os sintomas da doença podem ser muito perigosas se utilizadas.
TEC./SONORA: Fernando Chagas, infectologista
“A dengue é uma doença que naturalmente destrói plaquetas. As plaquetas são componentes do sangue que evitam que a gente sangre. Uma pessoa com suspeita de dengue, ela não deve consumir jamais anti-inflamatórios, especialmente o AAS. O AAS é um anti-agregante de plaquetário e também induz o sangramento. Se você toma AAS, diclofenaco, ibuprofeno, todos esses anti-inflamatórios, você corre o risco de ter reações por conta da dengue e pode até morrer por conta disso”.
LOC.: Segundo a infectologista Joana D’arc Gonçalves, a dengue em si não tem tratamento específico, mas sim medidas de suporte.
TEC./SONORA: Joana D’arc Gonçalves, médica infectologista
“Geralmente com relação à dengue, o principal tratamento é o repouso e a hidratação. Aumentar a ingestão de líquido, de chás, sucos de frutas e o soro caseiro. Você pode preparar em casa ou comprar os sais de reidratação oral na farmácia. Esse é o tratamento básico. Em questão de dor, mal-estar, a gente só recomenda a dipirona ou paracetamol e mesmo assim, com alguma cautela se você tiver alguma reação alérgica”.
LOC.: De acordo com o infectologista Fernando Chagas, é importante ficar atento aos sinais de alarme da dengue — como dor abdominal intensa, náuseas, vômitos e sangramento. Esses sintomas indicam uma maior gravidade da situação e é recomendado buscar atendimento médico, com urgência.
Reportagem, Landara Lima