LOC.: Nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, o crescimento do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), iniciado em abril, foi interrompido, chegando a apresentar queda em alguns estados. Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo apresentam indícios de terem iniciado o processo de queda no número de casos de SRAG. Já nas regiões Norte e Nordeste, o crescimento iniciado em junho se mantém.
Os dados são do Boletim InfoGripe da última quarta-feira (20), divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Para compreender as diferenças, Marcelo Gomes, pesquisador em Saúde Pública na Fiocruz e coordenador do InfoGripe, ressalta que o início do crescimento dos casos, no sul foi em abril e no norte, em junho. Mas ele também aponta o movimento cultural junino, ocorrido principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país, como um possível fator.
TEC/SONORA: Marcelo Gomes, pesquisador em saúde pública na Fiocruz e coordenador do InfoGripe
“Talvez até a própria questão das datas das celebrações juninas, porque inegavelmente são atrações a nível nacional. Os estados do Nordeste e Norte são os pólos atratores para as festas. Não são apenas atrações locais, são atrações nacionais. Então, são grandes eventos com muita gente frequentando, frequentada por um volume muito grande de gente. Então, isso pode de alguma forma ter colaborado”.
LOC.: Mesmo com a estabilização do número de casos, os dados do boletim mostram tendência de retomada do crescimento em crianças de 0 a 4 anos em alguns estados em contraste com o sinal de platô em adultos.
E o volume de casos de SRAG associados à Covid-19 no grupo de crianças de 0 a 4 anos preocupa, como o pesquisador da Fiocruz.
TEC/SONORA: Marcelo Gomes, pesquisador em saúde pública na Fiocruz e coordenador do InfoGripe
“Quando a gente olha desde o começo do ano, inclusive, a gente observa que esse grupo de 0 a 4 anos passou a ser o grupo de maior risco abaixo de 60 anos. Então, para toda a população com menos de 60 anos, as crianças de 0 a 4 anos são hoje o grupo etário de maior risco de internação por consequência da Covid-19”.
LOC.: Somente no ano epidemiológico 2022, já foram notificados quase 198 mil casos de SRAG, com 98 mil resultados positivos para vírus respiratórios, contabilizando 49,5% dos casos. Entre casos positivos, 4,6% são de influenza A, 0,1% de influenza B, 9% de vírus sincicial respiratório e 79,5% de Sars-CoV-2, o causador da Covid-19.
Reportagem, Thiago de Freitas
Editoria: Saúde