Fernando Frazão/Agência Brasil
Fernando Frazão/Agência Brasil

Confiança do setor de Serviços chega ao menor nível desde maio de 2021

Índice de Confiança nos Serviços do FGV IBRE acumula quinta queda consecutiva em fevereiro; falta de perspectiva preocupa o setor


O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) divulgou que o Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 0,4 ponto em fevereiro, chegando a 89,1 pontos – o menor nível, desde maio de 2021 (88,1 pontos). 

Nas métricas trimestrais, o índice manteve trajetória de queda pelo quinto mês consecutivo, ao recuar 1,5 ponto. De acordo com o economista do FGV IBRE Rodolpho Tobler o levantamento revela que a confiança no ramo de Serviços mantém a trajetória de queda, desde  final do ano passado. 

Segundo ele, os indicadores que retratam a percepção do momento  mantiveram a trajetória negativa, indicando demanda fraca no início do ano. “Por outro lado, os indicadores sobre o futuro parecem reagir, mas ainda não são suficientes para reverter a tendência negativa dos últimos meses”, avalia o especialista. “O horizonte ainda não é muito animador, dado que desafios macroeconômicos devem permanecer e impactar negativamente o setor ao longo de 2023”. 

Para Tobler, a tendência é continuar desacelerando, e as principais causas advêm, justamente, da desaceleração econômica como um todo: “Esse período, em que as variáveis macroeconômicas ainda estão muito negativas, a inflação está muito em alta, os juros também ainda bastante altos - a tendência é que haja uma desaceleração econômica”, afirmou o economista. 

Perdas do setor

Alguns setores acumulam perdas desde o segundo semestre do ano passado. É o que revela o empresário Ivam Carvalho, dono da Marcosoft Redes e Informática, que presta serviços de tecnologia a outras empresas no Distrito Federal. Embora procure ser otimista,  demonstrou receio quanto ao futuro, principalmente por causa da questão fiscal: “Eu não sei como é que vão ficar as coisas relacionadas à inflação e aos impostos”, disse.

“A demanda pelos meus serviços diminuiu, fazendo com que eu também não possa gerar empregos”, analisou o  empresário. “Eu tinha dois freelancers que trabalhavam para mim, atendendo clientes em momentos em que eu não estava podendo, e tive que dispensar um deles. Então as minhas expectativas para março ainda são expectativas ruins”, analisou Carvalho.

Diminuição de renda

O prestador de serviços tecnológicos acredita que o movimento no setor ainda continue seguindo a tendência de diminuição de demandas. “Estamos preocupados, porque se a minha renda continuar diminuindo, não tenho condição de gerar esse dinheiro, de gerar emprego, de gerar trabalho para as pessoas”, concluiu Ivam Carvalho. 

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LOC: O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (o FGV IBRE) divulgou que, no mês de fevereiro, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 0,4 ponto - chegando a 89,1 pontos, o menor nível desde maio de 2021. 

Nas métricas trimestrais, o índice manteve trajetória de queda pelo quinto mês consecutivo, ao recuar 1,5 ponto.

De acordo com o Economista do FGV IBRE, Rodolpho Tobler, os indicadores mostram uma tendência de continuar desacelerando. Para ele, as principais causas vêm da desaceleração econômica no país, de uma maneira geral.

 

SONORA: Rodolpho Tobler, Economista do FGV IBRE 

“Esse resultado sugere uma desaceleração do setor e as principais causas desse resultado nos parece ser, justamente, a questão da desaceleração econômica. Esse período em que as variáveis macroeconômicas ainda estão muito negativas, a inflação está muito em alta, os juros também ainda bastante altos - a tendência é que haja uma desaceleração econômica. O setor de Serviços, por mais que tenha demorado um pouco mais a chegar, ele também observa essa desaceleração econômica.”
 


LOC: Alguns setores acumulam perdas desde o final do ano passado. É o caso de Ivam Carvalho, dono da Marcosoft Redes e Informática, prestadora de serviços de tecnologia que atua no Distrito Federal. Embora se considere uma pessoa otimista, o empresário demonstra receio em relação ao futuro.

SONORA: Ivam Carvalho, empresário do ramo de Serviços

“A demanda pelos meus serviços diminuiu. Então isso significa que eu também não posso gerar emprego. Eu tinha dois freelancers que trabalhavam para mim, atendendo os clientes quando eu não podia, eu tive que dispensar um deles e ficar só com, para poder atender a demanda dos meus clientes. Então as minhas expectativas para março ainda são expectativas ruins.” 
 


LOC: Ivam Carvalho demonstrou preocupação em relação com o que vai acontecer. O empresário acredita que, nos próximos meses do ano, o setor de prestação de serviços tecnológicos ainda continue seguindo a tendência de diminuição de demandas. 

SONORA: Ivam Carvalho, dono de empresa prestadora de serviços de tecnologia

“Eu acredito que o movimento ainda vai continuar nessa tendência, de diminuição da demanda. Então, a minha prestação de serviço, ela diminui. Portanto, a minha renda diminui. E a minha renda diminuindo, eu não tenho condição de gerar esse dinheiro, de gerar emprego, de gerar trabalho para as pessoas.” 
 


LOC: O Índice de Confiança de Serviços é medido, todos os meses, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas. Como o próprio nome diz, este índice demonstra a confiança do setor em relação ao passado e, também, aponta como estão as expectativas dos prestadores de Serviços  sobre a melhoria do desempenho dos seus negócios. 

Reportagem: José Roberto Azambuja