LOC.: O Índice de Confiança da Construção (ICST), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), manteve em março os 94,4 pontos, patamar de moderado pessimismo. A estabilidade do ICST foi resultado das variações opostas dos dois componentes que o integram. Em médias móveis trimestrais, o índice caiu 0,3 ponto. O economista Felipe Queiroz explica que os agentes de mercado estão moderadamente receosos em relação às perspectivas do setor, e enumera as razões.
TEC./SONORA: economista Felipe Queiroz
“Primeiro nós temos um cenário externo adverso, altas de juros no mundo inteiro, uma tendência de desaceleração mais acentuada da economia global, e no cenário doméstico, que é o que mais influencia o indicador, nós temos uma taxa de juros elevadíssima.”
LOC.: O especialista também ressalta que a taxa de juros no país é uma das maiores taxas reais de juros do mundo, e que isso impede alguns investimentos e reduz a oferta de crédito. Outro fator apontado é a dificuldade de encontrar mão-de-obra qualificada. A interferência dos juros no Índice também foi apontada pelo economista Carlos Eduardo Oliveira Júnior, conselheiro do Conselho Regional de Economia de São Paulo, como um fator determinante.
TEC./SONORA: economista Carlos Eduardo Oliveira Júnior, conselheiro do Conselho Regional de Economia de São Paulo
“As taxas de juros elevadíssimas inibem o investimento, e um investimento menor faz com que a confiança pare de subir. Como ocorre nesse caso, o Índice de Confiança da Construção Civil, algo que depende muito da questão dos juros, quando os juros estão muito elevados faz com que a demanda caia.”
LOC.: Segundo Oliveira Júnior, o mercado aguarda medidas para a retomada da confiança e do investimento na construção civil, como o retorno do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para a construção de moradias e a redução da taxa de juros.
Reportagem, Janine Gaspar