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A partir do dia 1° de agosto, o Brasil pode ter alíquota de 50% dos Estados Unidos sobre diversos produtos. Segundo estimativa de um estudo econômico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as medidas tarifárias devem resultar em uma queda de R$ 798 milhões no PIB de Goiás. Inclusive, pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontam que de abril para junho, o estado goiano exportou cerca de 9.283 toneladas a menos de carne para os EUA.
Caso entrem em vigor, as tarifas também refletirão de forma negativa em setores da agroindústria, mineração e autopeças em Goiás, de acordo com uma nota técnica da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg). As estimativas preliminares apontam a possibilidade de uma retração de até 15% no fluxo comercial entre o estado goiano e os EUA.
Conforme a Fieg, entre as consequências que os setores da agroindústria, mineração e autopeças de Goiás poderão enfrentar, está a perda de competitividade nos mercados internacionais.
A medida tarifária dos EUA ao Brasil deve ser somada às tarifas já aplicadas em março deste ano, de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio.
O deputado estadual Lineu Olímpio (MDB-GO) avalia que, caso entrem em vigor, as tarifas estadunidenses podem afetar o mercado brasileiro de diversas formas, tanto em relação à redução nas exportações, quanto na queda na produção, em demissões de colaboradores e prejuízos econômicos para as empresas. Lineu Olímpio menciona que também pode ocorrer a perda da competitividade.
“Pois os nossos produtos vão ficar mais caros com a taxação em relação aos outros países e, com certeza, isso vai reduzir as vendas internas, prejudicando a entrada de dinheiro no estado [de Goiás] e afetando diretamente a economia. É uma economia que o estado tem ainda atuado na recuperação fiscal, que agora aderiu ao novo programa, e com isso a diminuição de emprego e a arrecadação de impostos – são questões nesse sentido que poderão acontecer”, destaca o deputado goiano, do município de Jaraguá.
Em relação à agropecuária goiana, o deputado demonstra preocupação quanto aos reflexos sociais das medidas tarifárias ao setor. Para Lineu Olímpio, a redução das exportações e do preço dos produtos, além do aumento da concorrência entre outros mercados, serão as principais consequências sofridas pelo setor no estado de Goiás.
“Isso afeta produtores, cooperativas, transportadores e outros negócios ligados ao campo. Com certeza, gerará perdas na economia e a questão social da região, que vai sentir [os reflexos das tarifas]”, aponta Lineu Olímpio.
Dados da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) destacam que, caso a tarifa dos EUA entre em vigor, os principais setores que podem sentir os efeitos de forma mais imediata são o da carne bovina e da açúcar de cana.
O deputado Lineu Olímpio faz parte da região goiana do Vale do São Patrício – considerada um dos principais polos de produção de álcool e açúcar no estado. Na avaliação do parlamentar, por sua relevância produtora e econômica, os reflexos regionais que poderão ser sentidos irão dificultar a vida dos trabalhadores e empresários da região.
Apesar dos efeitos ainda não terem provocado mudanças, o deputado aponta que as dificuldades são iminentes – considerando que o prazo para início da vigência das medidas tarifárias se aproxima.
“Aqui é uma região produtora de álcool e açúcar, e pode ser uma região bastante afetada, já que grande parte da produção depende da exportação. Com uma tarifa mais alta pode haver queda na demanda externa, reduzindo os preços pagos para os nossos fornecedores e, com certeza, dificultando a vida das usinas e dos fornecedores. Ainda não há um efeito forte sendo sentido, mas o setor está em alerta”, afirma Lineu.
Segundo o deputado, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), tem realizado movimentação para discutir soluções com as entidades do setor produtivo para mitigar os efeitos de uma “eventual uma majoração das tarifas”.
“Acho que o governo de Goiás, por meio da determinação do governador Eduardo Caiado, tem se mostrado preocupado com isso e ele não quer aguardar acontecer. Já está procurando encaminhamento de modo que ele possa, através dos mecanismos, de empréstimos, através dos bancos que fomentam em Goiás, dar uma estruturação de modo que possa atender o produtor e a indústria”, completa.
Segundo uma publicação da Agência de Notícias do Governo de Goiás, na safra 2024/25 o estado deve bater recorde histórico, com a produção de 78,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. O montante vai consolidar o território goiano como o terceiro maior produtor do país, segundo o governo estadual.
Confira os produtos goianos mais afetados pela tarifa dos EUA, conforme a Faeg:
Dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontam que o setor é responsável por 21,0% das exportações realizadas pelo estado de Goiás. Apenas em 2024, a indústria goiana exportou US$ 2.592 milhões.
No ranking estadual, Goiás ocupa o décimo segundo lugar em exportações industriais do Brasil.
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