Foto: Agência de Notícias da Indústria
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CNI leva soluções concretas à COP30 e defende papel ativo das empresas

Grupos temáticos da SB COP debatem transição energética, economia circular e financiamento para uma economia de baixo carbono

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A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) ganhou destaque durante a São Paulo Climate Week. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reforçou o compromisso do setor privado com a agenda climática global, apresentando os avanços da iniciativa Sustainable Business COP (SB COP) e defendeu a presença ativa das empresas no evento internacional que será sediado no Brasil, em novembro, em Belém (PA).

Lançada pela CNI, a SB COP reúne empresas e instituições nacionais e internacionais em oito grupos de trabalho temáticos, como bioeconomia, economia circular, transição energética e cidades sustentáveis, com o objetivo de apresentar soluções concretas e viáveis para acelerar o cumprimento das metas do Acordo de Paris.

O superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, explicou que a SB COP nasceu como uma plataforma de mobilização do setor produtivo brasileiro com forte articulação internacional. Segundo ele, a iniciativa é estratégica para posicionar a indústria nacional como parte da solução no enfrentamento às mudanças climáticas.

“A SB COP é uma iniciativa de mobilização e engajamento do setor privado. É uma iniciativa que tem uma amplitude não só nacional, mas também internacional. Isso é importante porque você dá legitimidade e, dessa forma, você tem um alcance maior, uma amplitude maior de mostrar o que o setor privado tem feito para se fazer a transição para uma economia de baixo carbono”, afirmou.

Ele também ressaltou o papel da COP30 como vitrine para o Brasil demonstrar seu protagonismo sustentável. “A COP em Belém é uma oportunidade de mostrar que o Brasil é um país competitivo quando se fala em sustentabilidade, é um país que tem as suas vantagens comparativas, temos aí uma matriz energética e elétrica bastante limpa, somos o segundo maior produtor de biocombustíveis, uma indústria que consome energia mas emite pouco gás de efeito estufa, temos aí a maior biodiversidade do planeta 20% ou 15% só na Amazônia, temos água. Então, temos aí essas vantagens comparativas que a chave é como transformá-las em competitividade para que a gente possa gerar emprego, gerar renda, ter acesso a novos mercados”, completou.

SB COP: financiamento climático no centro do debate

Durante o painel moderado por Ricardo Mussa, chair da SB COP, representantes dos grupos de trabalho discutiram formas de destravar o financiamento para soluções climáticas. A pauta incluiu desde mecanismos para impulsionar a economia circular até a ampliação das chamadas green skills, ou competências verdes, em regiões vulneráveis do Brasil.

Outros temas debatidos foram:

  • Soluções baseadas na natureza e sua integração aos mercados de carbono;
  • Financiamento de infraestrutura urbana net-zero em cidades sustentáveis;
  • Mecanismos para acelerar a transição energética;
  • Ampliação de fluxos de capital para a bioeconomia no Sul Global.

Gabriela Dorlhiac, diretora executiva do ICC Brasil, destacou o papel do setor privado como agente implementador do Acordo de Paris e defendeu o fortalecimento da parceria com a SB COP.

Ao fim do painel, Mussa reforçou a importância de alinhar recomendações, soluções e instrumentos financeiros para garantir entregas concretas do setor produtivo brasileiro na COP30.

SB COP: Brasil como vitrine climática

Para Dan Ioschpe, Campeão Climático da COP30, o Brasil reúne as condições ideais para ser referência em uma transição verde global. “Temos tudo para expandir nossas cadeias de valor com base na sustentabilidade. Lá fora, somos vistos como um país de soluções”, afirmou.

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, também destacou o papel do país no cenário climático internacional. “O Brasil é uma versão pequena do universo. Nossa missão é mostrar que, apesar das diversidades e desafios, é possível alcançar resultados concretos e inspirar avanços globais”, declarou.

SB COP: rumo à COP30

O evento também apresentou o Plano de Transformação Ecológica, coordenado pelo Ministério da Fazenda, e o programa Eco Invest, que pretende atrair investimentos privados internacionais para projetos de descarbonização da economia brasileira. A iniciativa prevê leilões para selecionar projetos com alto impacto climático e retorno financeiro, alinhando crescimento econômico e sustentabilidade.

Com a COP30 se aproximando, a CNI e os parceiros da SB COP seguem trabalhando para que o setor privado brasileiro esteja preparado para protagonizar soluções no maior evento climático do mundo.

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