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LOC: A Confederação Nacional da Indústria, a CNI, vai integrar o grupo de trabalho criado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública para enfrentar a crise do metanol. O comitê foi anunciado pelo ministro Ricardo Lewandowski e vai reunir representantes do governo federal e de entidades do setor de bebidas.
O objetivo é dar uma resposta rápida aos casos de intoxicação provocados pela substância, fortalecer o setor produtivo e integrar ações entre o poder público e a iniciativa privada.
Segundo o Ministério da Saúde, até esta quarta-feira, oito de outubro, foram registradas duzentas e cinquenta e nove notificações por intoxicação relacionada ao consumo de bebidas adulteradas com metanol.
Vinte e quatro casos foram confirmados e duzentos e trinta e cinco ainda estão sob investigação. O estado de São Paulo concentra o maior número de ocorrências, com vinte casos confirmados e cinco óbitos.
A CNI declarou solidariedade às famílias das vítimas e defendeu esforços coordenados entre União, estados e municípios para reforçar a fiscalização e combater o mercado ilegal. A entidade também destacou a importância de conscientizar consumidores sobre como identificar produtos autênticos e denunciar irregularidades.
A professora do Instituto de Química da Universidade de Brasília, Grace Ghesti, explica que as bebidas mais visadas pelas falsificações são as destiladas e de marcas importadas.
TEC./SONORA: Grace F. Ghesti, professora do Instituto de Química da Universidade de Brasília (UnB)
“Não é à toa que são relatados os casos de pessoas que ingeriram bebidas destiladas e muitas vezes importadas, justamente porque tem um valor agregado mais alto e elas conseguem, no caso, violar a embalagem, adicionar metanol, corante e assim, então, conseguem fazer com que um lote da bebida importada renda muitos outros lotes.”
LOC.: Além dos riscos à saúde, a falsificação de bebidas e outros crimes, como contrabando e sonegação fiscal, causam grandes prejuízos à economia. Um levantamento da CNI, da Firjan e da Fiesp estima perdas de mais de quatrocentos e cinquenta bilhões de reais em dezesseis setores só em 2022 e cerca de trezentos e setenta mil empregos diretos deixaram de ser criados.
Para a CNI, o enfrentamento ao mercado ilegal deve combinar fiscalização, campanhas educativas e ações conjuntas entre governo e indústria.
Reportagem, Cristina Sena