Data de publicação: 29 de Dezembro de 2023, 00:04h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:32h
Os incentivos fiscais nas áreas de atuação das superintendências do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e do Nordeste (Sudene) agora vão até 31 de dezembro de 2028. A lei 14.753/23, que prevê a prorrogação dos benefícios, já foi sancionada e publicada no Diário Oficial da União. De acordo com a Sudene, as empresas investiram R$ 2,8 bilhões no estado do Ceará de janeiro a dezembro de 2023. Em 2022, o investimento total foi de R$ 1,5 bilhão.
A superintendência explica que não há como afirmar que os valores são resultado direto dos benefícios, mas destaca que as empresas só têm acesso ao incentivo após o investimento. Segundo o advogado especialista em direito tributário Guilherme Di Ferreira, os incentivos fiscais são ferramentas importantes para o desenvolvimento das regiões beneficiadas.
“O incentivo fiscal, dado às empresas, faz com que promova a melhoria de tudo ao seu redor, então vai aumentar a quantidade de emprego, vai aumentar o comércio ao redor, a economia, o dinheiro gira mais no local porque através do momento que a empresa tem uma redução na sua taxa de imposto para poder reinvestir em algo em prol da sociedade, dos cidadãos, isso é muito importante e isso faz com que prospere aquele ambiente”, explica o especialista.
As empresas beneficiadas com os incentivos fiscais conseguem a redução de 75% no Imposto de Renda (IR) calculado com base no lucro. A legislação permite ainda a retenção de 30% do IR devido como depósito para reinvestimento, medida que serve de estímulo aos projetos de modernização ou compra de equipamentos.
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Impacto
A Sudene atua em todos os estados da região Nordeste e em parte de Minas Gerais e Espírito Santo. Os dados mais recentes da entidade mostram que as empresas presentes na região investiram R$ 23,2 bilhões de janeiro a dezembro de 2023. Além disso, quase 262 mil empregos diretos e indiretos foram gerados no período. Em 2022, o total investido superou a marca de R$ 22,6 bilhões e quase 214 mil empregos gerados. Ainda segundo a superintendência, entre 2013 e 2022 as empresas incentivadas geraram mais de 1,3 milhão de empregos e relataram investimentos na ordem de R$ 294 bilhões em projetos na área.
Debate no Congresso
O PL 4416/2021 do deputado Júlio Cesar (PSD-PI) — que deu origem à lei 14.753/23 — foi aprovado na Câmara no final de novembro. O relator, deputado federal Eduardo Bismarck (PDT-CE), apresentou parecer pela rejeição à emenda do Senado que estendia os benefícios também à Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), por não haver previsão do impacto orçamentário.
Assim, a lei sancionada prevê a prorrogação dos incentivos apenas à Sudam e à Sudene por mais 5 anos. Bismarck afirma que as regiões possuem maiores dificuldades logísticas que os estados do Sul e do Sudeste, por exemplo. E, por isso, os benefícios são fundamentais para o desenvolvimento do Norte e do Nordeste, já que incentivam a instalação de novas empresas.
“Por isso é importante a gente manter esses benefícios. Vejam, nós estamos falando de compensação de imposto de renda que só ocorre quando a empresa já está instalada, faturando e gerando empregos. E é mediante essa geração de empregos que se dá o incentivo fiscal. Por isso que é importante. E esses empregos e a própria vinda da empresa acabam atraindo novos negócios de micro e pequenos empreendedores”, argumenta o deputado.