LOC. O Ministério da Saúde realizou o webinar “Monkeypox: o que você precisa saber” para orientar os profissionais de saúde sobre a varíola dos macacos. O evento trouxe especialistas para falar sobre a propagação, identificação clínica, manejo e prevenção adequada para o controle da doença.
Sobre a propagação da varíola dos macacos, o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, explica que a transmissão clássica da doença acontece por meio do contato físico de pessoas com animais infectados. Hoje, além do contágio por animais, a doença pode se propagar entre pessoas desde que uma delas apresente os sintomas.
TEC./SONORA: Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI)
“O contato direto com as lesões, pele não íntegra. Transmissão por alguns materiais, como roupas, lençóis contaminados. Há o risco de transmissão enquanto essas crostas não fecharem, né? Transmissão diferente, por exemplo, da catapora, da varicela, onde na fase de crostas já não há mais transmissão da doença”.
LOC.: Dr. Alberto alerta para a importância da assistência médica, já que uma menor estrutura de saúde pode influenciar na taxa de letalidade, principalmente para pessoas que correm maior risco de complicação.
TEC./SONORA: Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI)
“Os principais pacientes do grupo de risco são as crianças menores de 8 anos. As gestantes com risco de transmissão placentária e acometimento do feto e os imunossuprimidos. Em alguns casos, necessitamos de internação no hospital, e a principal complicação, de gravidade, que pode levar a óbito, é a encefalite”.
LOC.: O professor e coordenador de Infectologia da Faculdade de Tecnologia e Ciências, Antônio Bandeira, alerta sobre a importância de limitar o contato com pessoas que estão com suspeita ou que confirmaram o diagnóstico da varíola dos macacos.
TEC./SONORA: Antônio Bandeira, professor e coordenador de Infectologia da Faculdade de Tecnologia e Ciências
“É fundamental que os profissionais médicos orientem isso. A família deve designar, se possível, um quarto isolado para aquele paciente. Mas pode ser um quarto, sim, com uma cortina separando na ausência de você ter um quarto dedicado. Ou mesmo, na impossibilidade dessa cortina, você deve orientar a família a permanecer a uma distância de pelo menos um metro do paciente e evitar que qualquer pessoa toque no paciente, se aproxime para tocar nesse paciente”.
LOC.: Segundo Antônio, durante todo esse tempo, o paciente deve utilizar a máscara cirúrgica. Além disso, a família deve evitar tocar no paciente e sempre que se aproximar, precisa utilizar máscara. Para manusear toalhas, lençóis e roupas do paciente, é necessário usar também luvas para colocar os itens separadamente em um recipiente com líquido, como detergente, sem agitar as roupas. Ao lavar, a preferência é de que a água esteja quente.
Ao fim do contato do paciente com monkeypox, é necessário retirar as luvas e lavar as mãos com água e sabão. Depois, retirar a máscara e repetir o mesmo processo. Os itens devem ser colocados separados em um saco de lixo com um pouco de água sanitária, e após isso, precisa ser lacrado para o depósito dentro de um cesto de lixo normal.
Reportagem, Nathália Guimarães.