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Até o mês de junho, o Brasil registrou 128.901 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). A região Sudeste (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo) aparece em primeiro lugar com 60.788 notificações, seguida da região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) com 25.253. As crianças menores de 1 ano de idade apresentaram o maior número de internações. Os dados são do mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. Os números mostram que a síndrome merece atenção e cuidados. O médico infectologista Hemerson Luz explica que várias doenças podem causar a síndrome respiratória aguda grave — por isso, o tratamento deve ser feito com suporte clínico.
“É necessário ofertar oxigênio para os pacientes para melhorar os padrões respiratórios, fazer uso de medicamentos para diminuir o processo inflamatório pulmonar e, se a causa for bacteriana, fazer uso do antibiótico. Também existem drogas que podem tratar alguns tipos de vírus. Por isso é importante fazer o acompanhamento médico e fazer o devido diagnóstico”, ressalta.
Os estados e municípios que apresentarem um número alto de notificações e internações hospitalares por SRAG, seja em leitos de UTI ou de enfermaria — e decretarem situação de emergência — podem receber incentivo financeiro de custeio voltado à abertura de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) pediátricas. A medida, de caráter excepcional e temporária, foi anunciada na Portaria 756/2023 do Ministério da Saúde.
Para receber o incentivo é necessário enviar um ofício detalhando a condição dos serviços de saúde da região, capacidade instalada e o número de leitos a serem ampliados ou convertidos. Também será indispensável a apresentação de um Plano de Ação de Enfrentamento à SRAG Pediátrica, com período de até 90 dias, para que haja planejamento em número de leitos, em diárias, equipamentos, insumos e procedimentos.
Segundo o médico infectologista, o número de notificações e internações hospitalares por SRAG ainda é muito alto. Para o especialista, é importante que todas as regiões consigam oferecer atendimento e tratamento adequado, principalmente para as crianças.
“Até aproximadamente 12 anos de idade, as crianças apresentam o sistema imunológico imaturo, ainda em formação, por isso tendem a apresentar quadros mais graves ou mesmo apresentar infecções respiratórias recorrentes”, revela. Ele acrescenta que o número de internações hospitalares acaba aumentando porque as baixas temperaturas favorecem as infecções respiratórias nesse período do ano.
Os estados que fazem parte da região da Amazônia Legal terão o equivalente a R$ 2,6 mil por dia, valores de referência de cálculo de incentivo para leitos de UTI pediátrica. Os demais estados terão direito a R$ 2 mil. Para leitos de suporte ventilatório pulmonar pediátrico, os valores-base serão de R$ 650 para estados da Amazônia Legal e de R$ 500 ao restante.
A síndrome respiratória aguda grave é caracterizada por sintomas como febre de início súbito, dor de cabeça, tosse, coriza, dificuldade de respirar, sensação de peso no peito e uma queda na oxigenação no sangue, segundo o médico infectologista Hemerson Luz. Ele alerta que o quadro pode ser ainda mais grave nas crianças que podem apresentar também falta de ar, menor apetite, irritabilidade ou uma queda no estado geral. O especialista diz que algumas medidas podem evitar o aumento no número de casos. “A melhor forma de prevenir a síndrome respiratória aguda grave é manter o sistema vacinal completo, principalmente contra a influenza e contra a covid-19. Além disso, sempre que ocorrerem sintomas gripais como nariz escorrendo, dor de garganta, tosse, febre, dor de cabeça, deve-se procurar atendimento médico imediatamente”, alerta.
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