LOC.: Entre 2022 e 2024, o Brasil registrou 3.130 suspeitas de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves e 166 focos do vírus da Influenza Aviária. Os municípios que mais apresentaram focos foram São João da Barra, no Rio de Janeiro, Vila Velha, no Espírito Santo, e Santos, em São Paulo. Nas áreas de foco, foram identificadas 163 aves silvestres com a doença e 3 aves de subsistência. As informações são da última atualização do Painel Influenza Aviária, divulgado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária nesta terça-feira, dia 16.
O infectologista do Hospital Sírio-Libanês Ralcyon Teixeira explica que a gripe aviária é um vírus de Influenza — que tem capacidade de causar a gripe.
TEC./SONORA: Ralcyon Teixeira, infectologista do Hospital Sírio-Libanês
"O que mais está se falando atualmente é sobre a Influenza H5N1. Esse tipo de vírus está circulando mais entre as aves atualmente. Há o receio de que ele possa sair da espécie que ele está infectando, ou passar infectar outros animais, como mamíferos, gatos, cães.”
LOC.: Teixeira explica que, até o momento, a infecção do animal para humano acontece por meio do contato com secreções das aves, como no ato de abrir e limpar aves mortas.
TEC./SONORA: Ralcyon Teixeira, infectologista do Hospital Sírio-Libanês
"Esse é o grande receio, do vírus se adaptar e passar de ser humano para ser humano, como foi o caso da Covid-19. Sabemos que o vírus respiratório tem uma alta capacidade de transmissão entre as pessoas. Então esse é um modo de transmissão, inicialmente através das secreções de uma ave contaminada para um ser humano, e depois de pessoa para pessoa, com o risco de uma nova grande epidemia."
LOC.: O infectologista afirma que os laboratórios já estão trabalhando em busca de uma vacina contra a doença, caso se comprove que o vírus é capaz de passar de pessoa para pessoa.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, Mapa, foram registrados focos de animais silvestres no Brasil, especialmente em áreas litorâneas ao longo das regiões sul e sudeste do país. A pasta destaca que isso aumenta a possibilidade de pessoas que frequentam essas praias ou outros ambientes onde essas espécies estão presentes se depararem com aves e mamíferos marinhos doentes ou mortos.
Diante dessa situação, o Mapa recomenda que as pessoas não se aproximem nem toquem nesses animais e que comuniquem imediatamente a ocorrência ao Serviço Veterinário Oficial do estado. Para saber onde fica o serviço mais próximo, basta acessar o portal www.gov.br/agricultura.
Reportagem, Nathália Guimarães