LOC: O Brasil gera, em média, 82,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano. Cada brasileiro descarta, por dia, cerca de 1 quilo de materiais que muitas vezes são considerados lixo. De todo esse volume, estima-se que apenas 3% seja reciclado. O Brasil joga em lixões mais de R$ 8 bilhões por ano. Esses dados são da Abrelpe, a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.
Uma das estratégias que poderia fazer o país avançar na indústria de reciclagem e logística reversa foi a criação do Fundo de Apoio para Ações Voltadas à Reciclagem (Favorecicle) e dos Fundos de Investimentos para Projetos de Reciclagem (ProRecicle). Mas parte da lei que criou as estratégias foi vetada pelo presidente Bolsonaro sob a justificativa de que gerariam renúncia fiscal e impacto negativo na economia. Um argumento que, para o deputado, Carlos Gomes, do Republicanos do Rio Grande do Sul, não faz sentido.
TEC./SONORA: deputado Carlos Gomes (Republicanos/RS), presidente da Frente Nacional de Reciclagem
“O projeto é muito claro, diz que quando o governo enviasse o projeto anual aqui do orçamento, já estaria previsto quanto ele ia abrir mão para incentivar a reciclagem. Então, o impacto, quem vai dar é o próprio governo. A verdade é que essa renúncia será feita e compensada automaticamente. Por que? Porque o setor da reciclagem hoje é um setor em que a maioria dos trabalhadores são informais, então, eles não contribuem com nada. Incentivando a reciclagem, nós vamos trazer a formalidade para o setor”
LOC: Autor da lei, o deputado Carlos Gomes acredita que a organização do setor de reciclagem pode trazer benefícios para a economia e para o meio ambiente. Além disso, tem impactos positivos para os mais de um milhão de trabalhadores que atuam no setor de coleta e reciclagem de resíduos. A apreciação do veto 65/2021 estava na pauta do Congresso desta quinta-feira (28), mas foi adiada para a próxima semana.
Reportagem, Angélica Cordova