Data de publicação: 17 de Junho de 2023, 04:00h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:26h
O Brasil deve caminhar rumo à transição energética. É o que afirmou o secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Rodrigo Rollemberg.
“Tenho defendido que o Brasil inicie uma nova industrialização, a neoindustrialização a partir dessa transição energética, aproveitando todas as rotas tecnológicas, todas as oportunidades e a diversidade que o Brasil tem no que se refere às energias renováveis”, diz.
O secretário disse que o processo já está em curso no país e que é necessário desenvolver políticas públicas para estimular a transição energética.
“Nós devemos desenvolver uma política não para ser mais um grande exportador de commodity, mas que isso possa sustentar um novo processo de industrialização, atraindo a cadeia de suprimentos, indústrias intensivas em energia, indústrias de aço, de cimento, de alumínio, indústrias químicas que vão poder produzir com a baixa pegada de carbono e fazer com que o Brasil se torne competitivo no cenário internacional”, aponta.
O secretário participou da primeira reunião deliberativa da Comissão Especial da Transição Energética e Produção do Hidrogênio Verde no Brasil, na Câmara dos Deputados, nessa terça-feira (13).
Na ocasião, o relator da comissão, o deputado federal Bacelar (PV-BA) explicou que a transição energética tem um papel essencial no processo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
“Para mantermos níveis considerados menos danosos de aquecimento global, será necessário mudar a cara da matriz energética mundial. A expectativa é que, até 2050, o hidrogênio supra cerca de 10% da energia consumida no mundo. Para o Brasil, esse espaço representa uma grande oportunidade, considerando o potencial brasileiro para a produção de energia renovável, bem como pela disponibilidade de insumos envolvidos nas diversas rotas de produção de hidrogênio verde”, explica.
Para o deputado Bacelar, o Brasil deve buscar o ambiente legal e regulatório para a transição energética, tendo em vista que o hidrogênio é um dos principais vetores energéticos limpos e pode gerar oportunidades para o país.
“É necessário buscar criar condições e fomentar o aproveitamento de diversas vocações nacionais, que incluem a produção de biocombustíveis, a produção de energia solar e eólica para uso final das diversas rotas de hidrogênio, sempre tendo em vista a expansão da energia sustentável. Melhoria no perfil de consumo interno, buscando uma substituição de energéticos com vistas a reduzir a pegada de carbono da matriz brasileira especial nos segmentos de transportes e da indústria e, por fim, viabilizar o fortalecimento da posição do Brasil como player internacional na produção de energéticos renováveis, contribuindo para suprir uma demanda emergente”, diz.
Comissão do Hidrogênio Verde
A Comissão Especial da Transição Energética e Produção do Hidrogênio Verde foi instalada em maio e tem como objetivo acompanhar a implementação de medidas que estão sendo adotadas para transição da energia sustentável no Brasil e levantar iniciativas legislativas que estão em tramitação no Congresso.
Além disso, a comissão busca promover pesquisas e debates sobre o tema com entidades do setor voltados para a transição energética, fontes renováveis e produção de hidrogênio verde no Brasil.
Mercado de carbono pode gerar US$ 120 bilhões para o Brasil até 2030
Fontes renováveis avançam na matriz energética em 2022, aponta Ministério de Minas e Energia
Frente parlamentar discute subsídios para transição energética no Brasil