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LOC.: O Banco Central revisou para baixo a projeção de crescimento da economia brasileira. De acordo com o novo Relatório Trimestral de Inflação, a expectativa para 2025 caiu de 2,1% para 2%. Já para 2026, a projeção é ainda menor: apenas 1,5%.
O documento aponta que a atividade econômica deve perder força nos próximos anos, em meio à desaceleração global, ao juro alto no Brasil e à desorganização das contas públicas. A inflação também continua acima da meta: deve fechar 2025 em 4% e só se aproximar do centro da meta em 2027.
Para economistas, o quadro é preocupante porque se soma a um ambiente fiscal cada vez mais frágil. Quando o presidente Lula assumiu o governo, a dívida pública estava em torno de 70% do PIB. Agora, a estimativa é que chegue a 81% em 2026, um salto de 11 pontos percentuais.
O economista Ulisses Ruiz de Gamboa, do Instituto Gastão Vidigal e da Associação Comercial de São Paulo, explica os riscos desse avanço no endividamento.
TEC/SONORA: Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do Instituto Gastão Vidigal e da Associação Comercial de São Paulo
“A situação fiscal brasileira está péssima e estamos em uma rota de insolvência. Essa insolvência pode se manifestar de diferentes formas: o governo pode aumentar ainda mais a carga tributária — como já vem acontecendo; pode decretar um calote da dívida, em uma medida mais radical; ou pode recorrer à inflação para reduzir o valor real do passivo. Todas essas alternativas já foram testadas no Brasil e, no fim, nenhuma delas trouxe crescimento econômico sustentável.”
LOC.: A avaliação é de que, sem reformas estruturais e maior controle dos gastos públicos, o país corre o risco de manter o ciclo de baixo crescimento, inflação resistente e endividamento crescente, cenário que pode comprometer investimentos e o poder de compra da população nos próximos anos.
Reportagem, Livia BRaz