LOC: Na Bahia, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços, o ICMS, responde por 82% dos tributos recolhidos pelo estado. Em 2023, foram 35 bilhões de reais.
O ICMS é um dos impostos que serão extintos com a reforma tributária. Hoje, os estados têm autonomia para determinar regimes especiais de cobrança de impostos para atrair empresas, oferecendo isenção e descontos em impostos.
A reforma tributária traz a cobrança de impostos por produtos e serviços unificada para todo o país e prevê a extinção dos benefícios fiscais concedidos pelos estados, o que vai acabar com a chamada guerra fiscal entre os estados.
Para o deputado federal Cláudio Cajado, do PP da Bahia, o novo modelo será benéfico para o país e para os estados.
“Creio que a reforma tributária, o novo modelo tributário do Brasil, vai acabar com a guerra fiscal, vai acabar com esses incentivos que nós criamos e que faz com que poucos paguem muito, quando o que nós queremos é que muitos paguem pouco. E esse objetivo será alcançado não só ao longo da transição — dos oito anos da sua implementação — mas, acima de tudo, ao depois, de 2033 em diante.”
LOC: Pelo novo sistema, as empresas que investiram até milhões de reais em parques industriais — atraídas pelos incentivos fiscais dados anteriormente pelos estados — não vão ficar descobertas. É o que explica o presidente do Conselho Temático para Assuntos Tributários e Fiscais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto.
“Com a reforma, nós vamos acabar com esses regimes atuais de incentivo, no entanto, o processo de transição respeita os incentivos que já foram dados, ou seja, aquilo que representa já direitos adquiridos pelas empresas.”
LOC: Para realizar a transição entre o atual modelo e o novo, a reforma criou o Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais, que vai compensar as empresas beneficiárias de isenções, incentivos e benefícios fiscais relativos ao ICMS.
O advogado tributarista Leonardo Roesler afirma que a segurança jurídica é um elemento central para a eficácia de qualquer sistema tributário.
“A transição do ICMS para o IBS é um aspecto fundamental da reforma tributária, exige uma regulamentação precisa para segurar a tão visada segurança jurídica para as empresas. De acordo com os detalhamentos já fornecidos, essa mudança necessita uma abordagem cuidadosa em relação aos benefícios fiscais já concedidos pelos Estados a fim de evitarem incertezas e litígios futuros.”
LOC: Depois de ser aprovado pela Câmara dos Deputados no último dia 10, o texto que regulamenta o novo sistema tributário será discutido no Senado.