Data de publicação: 29 de Janeiro de 2021, 23:00h, atualizado em 29 de Janeiro de 2021, 19:17h
LOC.: Até 2030, mais de cinco bilhões de pessoas viverão em centros urbanos. Segundo projeção do Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA), isso equivale a 60% da população mundial. Com o fenômeno da urbanização, é preciso estar atento para que haja ocupação adequada dos espaços e que não faltem cores nas cidades, como o verde das árvores.
É o que planeja fazer a capital sergipana, Aracaju. O programa Cidades+Verdes, do governo federal, tem o objetivo de fortalecer e revitalizar a arborização urbana, e deve proporcionar aos quase 665 mil habitantes do município a seleção e o plantio de dez mil mudas apropriadas para a região. Serão R$ 300 mil de repasse, com prazo de execução do programa de três anos.
Os recursos serão aplicados em estruturas, equipamentos e insumos necessários para a produção, manutenção e monitoramento das espécies de árvores que serão plantadas em Aracaju. Quem explica é o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
TEC./SONORA: Ricardo Salles, ministro do MMA
“Junto ao programa, lançamos um aplicativo chamado CAU, que é o Cadastro Ambiental Urbano. O Cidades+Verdes e o CAU servem para identificarmos onde há mais déficit de áreas mais verdes dentro dos perímetros das cidades fazendo esse investimento de praças, reconstituição de áreas verdes. Com isso, melhoramos a parte de impermeabilização, que ajuda a combater efeitos da enchente, por exemplo, oportunidades de locais de lazer e bem-estar das famílias e uma melhoria da sensação de temperatura e qualidade do ar nas áreas urbanas.”
LOC.: A expectativa é de aumentar a arborização em Aracaju e, com isso, a capacidade de absorção de água, o que ajuda a prevenir enchentes e inundações, problemas que podem degradar o solo e até a qualidade da água.
O especialista em meio ambiente Charles Dayler fala sobre a importância de espaços verdes em meio a prédios, asfalto e casas.
TEC./SONORA: Charles Dayler, especialista em meio ambiente
“Com o processo de urbanização, nós vamos perdendo o espaço verde. A gente sabe que a vegetação, e não só as árvores, de uma forma geral, exerce uma série de serviços ecossistêmicos. Quando a gente pensa em área urbana e tem redução de área verde, temos um fenômeno que chamamos de ilha de calor. Com menos verde, a temperatura tende a ser maior. Um dos impactos imediatos de você revegetar uma região é criar um microclima mais agradável, com redução de temperatura e maior umidade, entre outros.”
LOC.: Giovana Matos é moradora do bairro de Coroa do Meio, em Aracaju (SE). Para ela, enquanto moradora, a cidade ainda está “dividida”, já que algumas regiões recebem mais atenção da prefeitura do que outras. Para ela, a cidade só tem a ganhar com mais vegetação ao redor.
TEC./SONORA: Giovana Matos, moradora do bairro Coroa do Meio (SE)
“Acho, sim, que é importante ter esses espaços arborizados, praças, parques, porque ajuda no lazer da população e contribui com a qualidade de vida dela. A vegetação só traz coisas boas, não tem nada de ruim com isso.”
LOC.: O Cidades+Verdes vem como uma tentativa de ampliar a quantidade e qualidade das áreas verdes urbanas no Brasil. A iniciativa faz parte de um dos eixos da Agenda Nacional de Qualidade Ambiental Urbana, cujo objetivo é melhorar a qualidade de vida nas cidades, onde vivem 85% dos brasileiros.
Reportagem, Jalila Arabi.