LOC.: Entre 2011 e 2020 a economia brasileira cresceu, em média, 0,3% ao ano. Foi a década de pior desempenho do Produto Interno Bruto, o PIB, do país em 120 anos. O resultado da economia nesse período ficou abaixo, inclusive, da chamada década perdida, entre 1981 e 1990, quando o PIB cresceu apenas 1,6% ao ano.
Por isso, a pauta do crescimento econômico deve ser uma das prioridades da agenda do presidente da República eleito em outubro, segundo especialistas. Para o professor da PUC do Rio de Janeiro e economista-chefe da Genial Investimentos, José Márcio Camargo, a chave para o crescimento econômico começa por manter aquilo que vem dando certo nos últimos anos, como as reformas estruturais, mais precisamente do trabalho e da previdência.
TEC./SONORA: José Márcio Camargo, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e economista-chefe da Genial Investimentos
“É fundamental continuar na implementação dessas reformas, porque ainda falta muita coisa para organizar melhor o funcionamento da economia.”
LOC.: O economista-chefe da Gladius Research, Benito Salomão, destaca que, além de a economia brasileira apresentar taxas de crescimento baixas há mais de dez anos, isso também vale para o PIB per capita, ou seja, a riqueza produzida pelo país dividida pelo número de habitantes.
TEC./SONORA: Benito Salomão, economista-chefe da Gladius Research
“O nosso PIB per capita vem estagnado há mais de uma década. Em 2022, o Brasil tem o mesmo PIB per capita que tinha em 2009. Então, há uma agenda de crescimento que precisa ser enfrentada pelo governo”.
LOC.: Um estudo da Fundação Getulio Vargas mostra que o PIB per capita brasileiro na última década empatou com o dos anos 80 como aqueles com os piores desempenhos desde o início do século XX. A riqueza por habitante recuou 0,6%. Em países vizinhos sul-americanos, como Chile e Peru, o indicador cresceu 0,8% e a década foi positiva.
Reportagem, Felipe Moura.