LOC.: A Anvisa renovou a dispensa de registro em caráter excepcional e temporário para duas vacinas contra a monkeypox, com validade de 180 dias a partir de 23 de agosto de 2024. A decisão, assinada pelo presidente Antônio Barra, busca agilizar o acesso à vacinação no Brasil e manter a imunização enquanto o registro definitivo não é concedido. O médico infectologista do Centro de Segurança Assistencial do Hospital Anchieta Dr. Manuel Palacios explica que, apesar da dispensa de registro, as vacinas passaram por rigorosos testes de segurança antes de serem aplicadas em caráter emergencial.
TEC./SONORA: Dr. Manuel Palacios, infectologista.
"A dispensa do registro concedida pela Anvisa é uma medida excepcional que permite o uso de vacinas que já passaram por etapas rigorosas de avaliação de segurança e eficácia em outros países. Essas vacinas como Anginosos já foram aprovadas por agências reguladoras internacionais de alta credibilidade, como é o caso do FDA nos Estados Unidos e a EMA na Europa. Portanto, apesar de não ter o registro completo no Brasil, essas vacinas possuem um perfil de segurança bem estabelecido e são usadas globalmente para combater surtos de Mpox.”
LOC.: A monkeypox, também conhecida como Mpox, é uma doença zoonótica viral que pode ser transmitida para humanos através do contato com animais infectados, pessoas contaminadas ou materiais infectados. Desde o surgimento da doença no Brasil, a vacinação tem sido essencial para conter a disseminação do vírus, que pode causar sérias complicações de saúde. Manuel Palacios, fala sobre a importância da vacinação.
TEC./SONORA: Dr. Manuel Palacios, infectologista.
“A vacinação desempenha um papel crucial na contenção da Mpox no Brasil, especialmente no cenário onde o número de casos está aumentando. A vacina é uma ferramenta fundamental para interromper a transmissão do vírus, protegendo os grupos de risco, como é o caso dos profissionais de saúde, pessoas que tiveram contato próximo com infectados, e populações vulneráveis. Com base nos números atuais de casos, a vacina ajuda a prevenir o surgimento de novos focos de transmissão e reduzir a gravidade da doença nos indivíduos vacinados, o que por sua vez diminui a carga sobre o sistema de saúde.”
LOC.: Em 2024, o Brasil registrou 709 casos confirmados ou prováveis de monkeypox, com uma significativa queda em relação aos mais de 10 mil casos de 2022. O país já contabiliza 16 óbitos desde o início da pandemia. As regiões mais afetadas são os grandes centros urbanos do Sudeste e Nordeste. Manuel Palacios destaca que a renovação da dispensa de registro é crucial para garantir a continuidade do combate à monkeypox.
TEC./SONORA: Dr. Manuel Palacios, infectologista.
“Se a dispensa de registro não for renovada após os 180 dias, a vacinação contra Mpox no Brasil pode ser severamente impactada. Sem essa dispensa, as vacinas atualmente utilizadas perderam a autorização temporária de uso, o que resultaria na interrupção das campanhas de imunização. Isso poderia levar a um aumento na transmissão do vírus, especialmente em áreas com maior incidência de casos. Além disso, a falta de vacinação poderia sobrecarregar o sistema de saúde com mais casos graves e complicações, afetando negativamente a capacidade do país de controlar o surto.”
LOC.: A Anvisa continuará avaliando a necessidade de renovação ou aprovação definitiva das vacinas com base na eficácia e segurança durante o período de dispensa.
Reportagem Mireia Vitoria.