Data de publicação: 21 de Janeiro de 2022, 16:00h, Atualizado em: 21 de Janeiro de 2022, 23:46h
Seu filho tem ansiedade? Sabe se é normal ou patológico?
Neste episódio o psiquiatra infantil Dr. Mauro Victor de Medeiros dá mais detalhes sobre o assunto.
A ansiedade é considerada uma reação de defesa normal. Ela é um estado de apreensão que pode ser sentido tanto no corpo quanto nos pensamentos. No corpo, ela pode ser sentida de diferentes formas: bola na garganta, sensação de falta de ar, coração acelerado, dor de estômago ou enjoo, vontade de ir ao banheiro, suor nas mãos, fraqueza, formigamento, tontura, dor de cabeça e até sensação de perda de barreira do corpo ou sensação de estar sonhando.
Nos pensamentos, a ansiedade aparece como preocupações, tensões, ideias ou imagens de que as coisas podem dar errado. Em geral, crianças e adolescentes sentem apreensão tanto no corpo quanto nos pensamentos.
Essa apreensão é desencadeada por uma ameaça, real ou imaginária. Se a ameaça é presente, como um cachorro pronto para nos atacar, chamamos de medo.
Se a ameaça está no futuro, como o receio de o cachorro atacar quando eu chegar na casa de um amigo daqui há algumas horas, chamamos de ansiedade.
Mas quando a ansiedade passa a ser vista como um transtorno psiquiátrico? Aqui vão algumas dicas para diferenciar ansiedade normal de patológica:
Primeiro: a ansiedade normal é passageira. Na ansiedade patológica, o estado de alerta para ameaças é constante, e por isso geralmente vem junto com cansaço, inquietação, irritabilidade, falta de concentração ou sensação de “branco” na mente, alteração de sono e dores.
Segundo: na ansiedade patológica, a ameaça é vivida de um jeito desproporcional. Exemplo, uma criança que estudou para a prova e nitidamente sabe a matéria, mas tem uma ansiedade e quase uma certeza de tirar zero; ou a criança que sabe se comunicar bem, mas não consegue pedir uma comida no restaurante para o garçom por ansiedade extrema de falar algo errado e ser ridicularizada.
Terceiro: na ansiedade patológica, as crianças e adolescentes começam a evitar constantemente as possíveis ameaças da rotina de uma forma generalizada. Por exemplo, faltas repetidas na escola em dia de prova ou em casos mais graves abandono escolar, faltas e abandonos de jogos competitivos, evitação constante de ficar sem os pais mesmo quando a criança já tem autonomia para isso, esquiva de ir em vários aniversários ou casas de amigos por ansiedade de lidar com situações sociais.
Quarto: na ansiedade patológica há um prejuízo significativo na vida da criança ou adolescente, com sofrimento constante e piora do desenvolvimento social e acadêmico.
Para saber mais, assista ao vídeo no canal Doutor Ajuda.