LOC.: Em 2023, a Indústria brasileira gastou 243 bilhões e 700 milhões de reais com custos regulatórios, o equivalente a 4,1% da receita líquida do setor. O valor se refere aos gastos que as empresas despendem para se adequarem a normas às quais estão submetidas, como obtenção de licenças, certificações obrigatórias, perdas por paralisações na produção devido a atrasos na concessão de licenças, entre outras.
A estimativa é da Confederação Nacional da Indústria, a CNI, que avalia que o ambiente regulatório do país ainda é confuso e difícil de navegar, mesmo com a publicação de mais de 850 normas por dia e mais de 200 órgãos e agências reguladoras.
Durante o 2º Encontro de Reguladores com o Setor Produtivo, o vice-presidente da CNI, Léo de Castro, afirmou que a agenda do custo regulatório precisa ganhar destaque no debate do desenvolvimento do país.
TEC./SONORA: Léo de Castro, vice-presidente da CNI
“Uma regulação bem feita cria segurança jurídica, dá velocidade ao empreender e, consequentemente, acelera a taxa de crescimento do país. Então, você tem o custo mensurável e o custo imensurável, que é a insegurança jurídica, o tempo de resposta dos órgãos reguladores, que muitas vezes atrapalham toda a dinâmica de empreender. Hoje nós perdemos competitividade relativa também por estar regulado de uma forma excessiva.”
LOC.: Segundo estimativas do Movimento Brasil Competitivo, para que o Brasil tenha as mesmas condições de competitividade dos países da OCDE, é preciso reduzir em 27% os custos regulatórios.
Na ocasião, o vice-presidente da CNI também apresentou a Visão da Indústria sobre a Qualidade Regulatória, um documento com as propostas para melhorar o ambiente de negócios. Ele também pediu prioridade para a conclusão do projeto CodeX — ferramenta em desenvolvimento sob liderança da Casa Civil da Presidência da República, que reúne decretos, portarias, instruções normativas e demais normas infralegais em uma única plataforma.
Reportagem, Paloma Custódio