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No Amazonas, a seca de 2023 é a maior registrada em Manaus em 121 anos, de acordo com o Porto de Manaus, que mede o nível do Rio Negro na capital desde 1902. Na segunda-feira (23), o Rio Negro registou o nível de 12,89 metros em Manaus. Barcelos, São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Manaus — municípios próximos ao Rio Negro, que continuam em situação de emergência devido à estiagem.
Até hoje, as secas mais severas ocorreram em 2010 (13,63m), 1963 (13,64m) e 1906 (14,20m). Com isso, dos 62 municípios do Amazonas, 59 estão em estado de emergência e um em alerta. Até o momento, 633 mil pessoas foram afetadas. As informações são do último boletim divulgado pela Defesa Civil do estado, no domingo (22).
Segundo Olivio Bahia, meteorologista no Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), há previsão de chuva para o Amazonas nesta semana, mas isso não é o bastante para acabar com a seca no estado.
“Imagina que você tem uma caixa d’água na sua casa, se estiver funcionando normalmente, você usa e nem percebe que a caixa seca, consome, porque o fluxo está normal. Vamos dizer que cortem, deixem de fornecer água. Em um determinado momento, você fica com sua caixa seca, conforme você usa. Não é de imediato, a água da sua casa não acaba hoje. Mas obviamente essa caixa d’água não vai encher de hoje para amanhã”, explica o meteorologista.
Ele destaca que o mesmo acontece com os rios e que o processo de seca já está acontecendo há anos. Então a chuva de uma semana não é capaz de acabar com o problema. “Vamos torcer para que essa chuva seja constante e que chova nas cabeceiras dos rios”, ressalta. Dessa forma, é necessário esperar por meses para ver se os volumes da chuva serão expressivos para melhorar o nível dos rios que estão secos.
O Rio Negro encontra-se com o Rio Solimões, bacia que banha nove cidades amazonenses. Juntos, os dois integram o Rio Amazonas.
Em Médio Solimões, a cota registrada na terça-feira (17), em Fonte Boa, foi de 10,35 metros. Em Baixo Solimões, em Careiro da Várzea, foi de 0,94 metros e em Alto Solimões; 1,04, no município de Tabatinga.
O secretário de Pesca e Aquicultura da Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror - AM), Alessandro Cohen, informa que cálculos climáticos dizem que essa seca poderá se prolongar até novembro. “Porém, evidentemente que se a seca se prolongar por mais dias nós vamos ter cidades completamente ilhadas onde vai afetar a falta do pescado e outros gêneros alimentícios”, destaca.
Para diminuir os impactos da segue, a Defesa Civil do Amazonas está enviando cestas básicas para municípios do estado. Foram enviadas 710 cestas básicas para Tabatinga, que serve de cidade apolo, onde as cestas básicas serão armazenadas e depois enviadas para municípios e comunidades vizinhas Nos próximos dias serão enviadas cerca de 10 mil cestas para Tabatinga.
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