LOC.: Nesta segunda-feira (30), a Serasa Experian divulgou a pesquisa do Indicador de Recuperação de Crédito, realizada em outubro de 2022. Segundo os dados, sete em cada dez dívidas de consumidores endividados foram pagas no setor de Bancos e Cartões em até 60 dias de negativação a partir do mês de referência.
De acordo com o economista-chefe da Serasa Experian, Luiz Rabi, o Indicador de Recuperação de Crédito foi calculado em duas etapas, com a primeira levantando todas as dívidas negativadas, ou seja, que não foram pagas no período determinado e foram incluídas na base do Serasa. Após isso, a equipe olha o que aconteceu com essas dívidas no prazo de até 60 dias após a negativação.
TEC./SONORA.: Luiz Rabi, economista-chefe da Serasa Experian
“Ou seja, se o consumidor, negativado nessa dívida, em sessenta dias conseguiu resolvê-la, conseguiu pagar ou renegociar essa dívida, ela sai da lista de inadimplência. Então quando nós olhamos o indicador de recuperação de crédito, nós estamos olhando para as dívidas que foram negativadas em outubro e que foram pagas até o final do mês de dezembro.”
LOC.: A pesquisa aponta que a área priorizada foi a de bancos e cartões, com 71,2% de débitos pagos. Em seguida, o Utilities, que inclui contas de água, luz e gás, marcando 66,5%. Somando todos os setores, 59,4% dos débitos foram recuperados. Para Luiz Rabi, esses são dois segmentos em que as pessoas conseguem pagar as dívidas de uma forma mais rápida por serem setores essenciais para a vida dos cidadãos.
Já o educador e consultor financeiro, Jônatas Bueno, explica que o primeiro passo para manter o nome limpo é entender o que é considerado uma dívida.
TEC./SONORA: Jônatas Bueno, educador e consultor financeiro
“As pessoas tem ideia de que dívidas são, necessariamente, quando elas estão em atraso. Mas qualquer compromisso do passado, qualquer parcela, mesmo de compras ordinárias, mas que foram feitas parcelando, isso constitui dívida. Então, mesmo que esteja conseguindo pagar seus compromissos em dia, essa também é uma pessoa endividada.”
LOC.: Por isso, o educador financeiro afirma que é necessário encarar o parcelamento de compras do dia-a-dia como algo ruim, manter os gastos abaixo do salário que recebem e se planejar financeiramente considerando as próprias condições, indiferentemente do que os outros decidem.
O doutor em economia e professor na Universidade Mackenzie, Hugo Garbe, também dá algumas dicas para que os cidadãos consigam manter o nome limpo.
TEC./SONORA: Hugo Garbe, doutor em economia e professor na Universidade Mackenzie
“Quando acontece alguma coisa na vida das pessoas, você precisa de um dinheiro imediato, problema de saúde, etc, você consegue utilizar essa reserva de emergência e não precisa se endividar.”
LOC.: Outros pontos levantados pelo economista são: evitar o empréstimo pessoal no banco e utilizar cartão de crédito, além de não atrasar as faturas do mesmo, devido aos juros altos. O consumidor também deve adquirir o hábito de poupar e reduzir o consumo por impulso, como compras desnecessárias em visitas aos shoppings centers.
Reportagem, Nathália Guimarães.