SAÚDE: Saiba mais sobre febre amarela silvestre com a coordenadora do Centro de Informação em Saúde Silvestre da Fiocruz

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LOC.: A faixa contínua de floresta entre Minas Gerais e o Espírito Santo e a proximidade de municípios dos dois estados levaram o governo capixaba a implantar um bloqueio cautelar contra a febre vacinando a população. Até o momento, 20 pessoas morreram decorrente da doença, e outras 26 mortes estão sendo investigadas no Espírito Santo. O vírus é transmitido por um mosquito que vive nas matas, por isso a doença tem sido chamada de Febre Amarela Silvestre. E esse mosquito, também pica os macacos como explica Márcia Chame, do Instituto Biodiversidade e Saúde Silvestre da Fiocruz, unidade que coordena um sistema de informação antecipada da ocorrência da circulação de doenças em animais silvestres nas matas brasileiras.

TEC./SONORA: Márcia Chame, coordenadora do Instituto Biodiversidade e Saúde Silvestre da Fiocruz.

“No Brasil, a gente tem o que chama Febre Amarela Silvestre. É a Febre Amarela que circula na floresta, nos ambientes naturais, nas espécies de macacos que andam nesses lugares, então esse é um vírus que está ali, no seu ambiente natural, e que em algumas situações eles chegam na borda dessas florestas e acabam então sendo transmitidos para o homem que está na zona rural ou também para pessoas que adentram na mata.”

LOC.: Algumas espécies de macacos, especialmente os bugios, são tão sensíveis à febre amarela quanto os seres humanos. As mortes de macacos são chamadas de epizootias. Foi justamente o aparecimento de macacos mortos ou doentes que alertou as autoridades sanitárias de que o vírus da febre amarela estava circulando próximo aos municípios onde eles foram encontrados. Mais de um mosquito transmite a doença, mas o principal transmissor da Febre Amarela Silvestre é conhecido como haemagogus. O especialista da sessão de doenças tropicais do Instituto Evandro Chagas, no Pará, o entomologista Hamilton Monteiro, fala da importância do macaco na detecção da doença.

TEC./SONORA: Hamilton Monteiro, entomologista do Instituto Evandro Chagas-PA.

“Em relação ao haemagogus, a gente não tem condição de combater porque ele vive nas florestas, então você não pode acabar com o mosquito. O que você pode é o seguinte: detectou de repente algum caso de epizootia de febre amarela, é quando o macaco morre, então o macaco nos ajuda, muito, o macaco é o nosso amigo, a gente tem que botar isso na cabeça da gente. Então, o macaco morreu em qualquer lugar do país, a gente tem que ser notificado rapidamente em 24 horas, 48 horas, que é para o pessoal ir lá e ver essa situação.”

LOC.: Desde 1942 o Brasil não registra caso de febre amarela urbana. É bom lembrar que esse tipo da doença é transmitida pelo mesmo mosquito que transmite Dengue, Zika e Chikungunya, por isso combatê-lo também mantém a febre amarela afastada das cidades. Quem vai viajar precisa ser imunizado com 10 dias de antecedência, como explica o Consultor Científico da Bio-Manguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro, Reinaldo de Menezes Martins:

TEC./SONORA: Reinaldo de Menezes Martins, consultor da Bio-Manguinhos/Fiocruz-RJ.

“Dez dias que é para dar tempo da vacina proteger. E nessas áreas, então, todos devem ser vacinados. Agora, em situação de epidemia, de surto, nós antecipamos a primeira dose para seis meses de idade, repetindo aos nove e depois tem um segundo reforço ainda... tem um reforço aos quatro anos. Para a população em geral nós recomendamos duas doses com intervalo de 10 anos.“

LOC.: Mais de um milhão e seiscentas mil pessoas já foram vacinadas nos 79 municípios capixabas, o que representa uma cobertura vacinal de 44,79% da população do estado. Se você ainda não tomou a vacina procure o posto ou o agente de Saúde da sua região. A vacina contra febre amarela é segura, mas é necessário observar as contraindicações. O Ministério da Saúde disponibilizou o site, anote: www.saude.gov.br. Ministério da Saúde, Governo Federal.
 

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