Data de publicação: 23 de Agosto de 2017, 12:40h, atualizado em 17 de Julho de 2020, 18:31h
O anúncio da privatização da Eletrobras, maior grupo do setor elétrico da América Latina, se mostra como uma boa saída para que a empresa volte a ter resultados efetivos. Essa é a avaliação que faz o especialista em administração financeira de empresas Marcos Melo. O financista afirma que a medida adotada pelo governo federal é válida e pode trazer benefícios à população, mas ressalta que ainda é cedo para dizer que haverá uma redução no preço da conta de luz. Melo acredita que outras empresas estatais devem seguir o mesmo caminho da Eletrobras, o que faz com que as ações das companhias se tornem mais lucrativas.
“Com a expectativa de que o mercado pode ter um ganho maior com as ações da empresa no futuro por causa de um aumento de eficiência previsto, faz no presente com que o valor dela aumente no mercado. E também estimula outras empresas estatais a terem um aumento de valor, afinal de contas o governo federal está pensando em fazer a privatização de uma empresa importante e, quem sabe, isso acabar podendo puxar a fila para outras empresas também”.
O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, anunciou nesta terça-feira (22) que o modelo de privatização da Eletrobras ainda não foi definido e que deve excluir as usinas termonucleares, que tem regulamentação específica. A hidrelétrica de Itaipu também deve ficar de fora do processo por ser binacional, já que é controlada por Brasil e Paraguai. Segundo Coelho Filho, o setor elétrico brasileiro terá uma empresa mais ágil e moderna após a privatização.
“Nós já repetimos esse modelo no Brasil com muito êxito de outras empresas, que também tinham uma participação e uma presença no mercado muito menor e que hoje são empresas de classe mundial, como já foi dito, a própria Vale e a própria Embraer. Então, isso não é um movimento único e simplesmente mirando uma necessidade momentânea de caixa. Isso é um movimento muito maior que eu não tenho a menor dúvida da importância que será para o setor elétrico brasileiro”.
A expectativa do governo federal é de que a privatização da Eletrobras possa render cerca de R$ 20 bilhões aos cofres públicos. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a medida foi adotada porque a empresa tem enfrentado graves problemas financeiros e acumulado dívidas que passam dos R$ 40 bilhões. Após o anúncio da privatização, as ações da Eletrobras cresceram quase 50%. O valor de mercado da companhia também teve um aumento significativo nesta terça-feira (22) e saltou de 20 para 29 bilhões de reais.
Reportagem, Tácido Rodrigues
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