Lixão - Foto: Cesar Jr./Agência Brasil
Lixão - Foto: Cesar Jr./Agência Brasil

MG: Destinação correta dos resíduos sólidos é meta do Consórcio Municipal de Desenvolvimento Regional

A união de municípios mineiros acordou a primeira concessão comum de resíduos sólidos urbanos, para exploração e prestação de serviços de coleta, tratamento e destinação correta dos lixos domiciliares

SalvarSalvar imagemTextoTexto para rádio

Destinação correta dos resíduos sólidos é meta do Consórcio Municipal de Desenvolvimento Regional (Convale). A união de municípios mineiros acordou a primeira concessão comum de resíduos sólidos urbanos, para exploração e prestação de serviços de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação ambientalmente correta dos lixos domiciliares. 

De acordo com a diretora administrativa do Convale, Vanessa Silva Faria, a realização de um consórcio possui a vantagem de aumentar a capacidade de solução dos problemas, com economia de recursos, modernização dos processos e criação de uma identidade regional.

O Convale é composto por 13 municípios mineiros: Água Comprida, Campo Florido, Comendador Gomes, Conceição das Alagoas, Conquista, Delta, Nova Ponte, Pirajuba, Planura, Sacramento, Santa Juliana, Uberaba e Veríssimo. Juntos, eles somam 440 mil habitantes. Entre essas cidades, cinco não aderiram ainda ao projeto: Comendador Gomes, Santa Juliana, Conquista, Nova Ponte e Pirajuba.

Arte - Brasil 61

Vanessa Silva Faria explica as vantagens de fazer a concessão comum em consórcio.

“É o mais ideal porque valoriza o projeto, aparecerão maiores interessados, grandes empresas com maior know-how, que possam prestar esse serviço de forma adequada. Os municípios conseguem preços melhores para fornecimento de materiais e prestação de serviço. Conseguem resolver um problema regional, que muitas vezes, para um município menor fica inviável”, comenta.

Arranjos municipais podem trazer benefícios para população

Gestores municipais têm até julho de 2021 para implementar ‘taxas de lixo’

Gestores precisam formular Planos Municipais de Saneamento Básico

O contrato de concessão tem vigência de 30 anos. Uma das metas é reduzir a quantidade de resíduos sólidos nesse período e fortalecer a coleta seletiva nos municípios participantes, por meio do incentivo aos catadores, construção de cooperativas e melhorias nas já existentes. Apenas Campo Florido e Sacramento contam com coleta seletiva, atualmente. Em Uberaba existe uma cooperativa, mas precisa de melhorias. 

Segundo Vanessa Silva Faria, o Marco Legal de Saneamento teve um impacto positivo na resolução da questão na região mineira, da mesma forma que o projeto também ajuda no cumprimento do marco.

Realidade no Brasil

Na última década, houve um aumento na geração de resíduos sólidos e na quantidade de coleta, no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), a cobertura dos serviços de coleta regular passou de 88%, em 2010, para 92%, em 2019. No entanto, cerca de 8% dos materiais gerados, cerca de 6 milhões de toneladas por ano, não são sequer coletados e acabam abandonados no meio ambiente. 

Se por um lado aumentou as iniciativas de coleta seletivas nos municípios – saindo de 57%, em 2010, para 73%, em 2019 – em muitos casos não há abrangência dos serviços, nem grandes quantidades de lixo coletado ou separado pela população.

Segundo o diretor presidente da ABRELPE, Carlos Silva Filho, o grande desafio é a destinação final dos resíduos.

“O nosso maior gargalo está na destinação final, em que nós ainda temos cerca de 40% dos resíduos coletados seguindo para locais inadequados – lixões e aterros controlados – contaminando o meio ambiente, o solo, as águas, poluindo o ar e trazendo uma série de problemas para a saúde da população”, destaca.

A coordenadora da Câmara Temática de Resíduos Sólidos da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), Heliana Kátia Campos, fala sobre os desafios para municípios pequenos, que são a grande maioria no País.

“Essa realidade dificulta muito a viabilidade técnica, econômica, financeira, para a gestão adequada dos resíduos sólidos, em especial para a disposição final dos rejeitos em aterros sanitários. Estes precisam de escala para terem a viabilidade assegurada, com sustentabilidade. Portanto, a solução para o tratamento dos resíduos sólidos no Brasil, seguramente, passa pela gestão regionalizada”, comenta.

Como aderir

A diretora administrativa do Convale, Vanessa Silva Faria, explica como outros municípios podem fazer parte do consórcio e aderir ao projeto.

“Basta que entrem em contato conosco. Encaminhamos a minuta do projeto de lei, que é enviado para a Câmara Municipal e lá é ratificado a participação do município. Em relação ao projeto, a cidade tem que aderir primeiro ao consórcio, para depois fazer o pedido de adesão ao projeto”, explica.

O edital lançado pela Convale conta com o suporte do Fundo de Apoio à Estruturação de Projetos de Concessão e PPP. A modalidade de licitação prevista é a concorrência, pelo critério de menor tarifa. O valor estimado no contrato, ao longo do prazo de vigência da concessão, é de R$ 1.273.626.856,06. 

Todas as informações sobre como participar podem ser consultadas no site: convalemg.com.br.

Receba nossos conteúdos em primeira mão.