LAVA JATO: Em depoimento, Lula afirma que relações com Delcídio eram institucionais e se diz vitima de massacre

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REPÓRTER: No depoimento prestado à Justiça Federal de Brasília na manhã desta terça-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou as acusações de que teria tentado “comprar” o silêncio do ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró. O ex-presidente é réu em uma ação penal na qual é acusado de ter atuado para impedir que Cerveró firmasse um acordo de delação premiada com a operação Lava Jato.
 
As investigações apontam que Lula, o banqueiro André Esteves, o advogado Edson Ribeiro, o pecuarista José Carlos Bumlai, o filho dele Maurício Bumlai, além do senador cassado Delcídio do Amaral e o ex-chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, teriam tentando impedir a delação de Cerveró que detalhava os esquemas de corrupção na Petrobras.
 
No depoimento ao juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, Lula disse ser vitima, nos últimos três anos, de um massacre promovido pela imprensa, com insinuações de que será delatado por políticos e executivos envolvidos em esquemas de corrupção.
 
O petista afirmou que mantinha apenas relações institucionais com o ex-senador Delcídio do Amaral, que era líder do governo no Senado. Lula também garantiu que nunca tratou a situação de Cerveró com o ex-senador, mesmo que o assunto Lava Jato possa ter surgido em alguma oportunidade. Segundo Lula, no Brasil se fala de Lava Jato “no café da manhã, no almoço, na janta e depois da novela.”
 
Essa é a primeira vez que Lula é ouvido como réu desde o início da Lava Jato, em 2014. Além desse caso, o ex-presidente é réu em outras duas ações penais em Brasília e em duas no Paraná. Os depoimentos dos outros réus da ação penal vão acontecer ainda nesta semana, na sexta-feira (17), também em Brasília.

Reportagem, João Paulo Machado

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