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Data de publicação: 24 de Dezembro de 2020, 23:00h, atualizado em 25 de Dezembro de 2020, 13:26h
SOBE SOM – TRILHA ABERTURA
LOC.: Olá! Sejam bem-vindos! Esse é o Entrevistado da Semana. A partir de agora você acompanha um bate papo exclusivo com o economista e ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento, Raul Velloso.
Na conversa de hoje, Velloso avalia a atuação do governo federal no combate à pandemia e explica os desafios das esferas administrativas no âmbito da Economia para o próximo ano.
Raul Velloso, obrigado por nos receber.
TEC./SONORA: Raul Velloso, economista.
“Ok.”
LOC.: Velloso, a pandemia completa nove meses agora em dezembro. Qual é a sua avaliação sobre a atuação do governo federal ao longo da pandemia?
TEC./SONORA: Raul Velloso, economista.
“O problema é que há um erro central de diagnóstico por parte do governo federal: ter minimizado a crise. Essa crise é muito séria. O mundo vai ter a maior queda de crescimento do PIB da história. O ministro da Economia falou, em meados de março, no Congresso, em combater a pandemia com R$ 3 a 5 bilhões. Isso não vai acontecer. Já devemos ter gasto R$ 300 bilhões, graças às ações do Congresso e das ações municipais. Primeiro é o diagnóstico errado da dimensão do problema, e agora a resistência à aplicação das vacinas. Diria que, em uma palavra, a ação do governo se chama desastre.”
LOC.: Visando a recuperação da economia nacional, quais são os principais desafios das esferas administrativas para o próximo ano?
TEC./SONORA: Raul Velloso, economista.
“Primeiro é ter o socorro para repor as perdas financeiras que a pandemia impôs aos municípios. Tem que haver um esquema no Congresso, como houve esse ano, para calcular as perdas causadas e repor mediante transferência de recursos financiados por emissão monetária. A outra coisa é identificar o principal problema que enfrentavam antes da pandemia: é o gigantesco déficit previdenciário. Claro que isso varia de município para município. Cada um é uma história. Quanto maiores e mais antigos os municípios, mais grave o problema, mais difícil é resolver.”
LOC.: Sobre o déficit previdenciário, é possível avaliar se isso terá impacto na capacidade de investimento dos municípios?
TEC./SONORA: Raul Velloso, economista.
“Antes da crise, já havia uma situação complicada de se administrar, que é a explosão dos déficits previdenciários nos entes públicos subnacionais. A solução precisa ser dada porque não podem deixar de pagar os aposentados, e como o crescimento tem sido muito forte, isso vai subtrair recursos dos investimentos em infraestrutura.”
LOC.: Qual seria o melhor caminho a ser adotado pela União para compensação das perdas financeiras causadas pela pandemia de Covid-19?
TEC./SONORA: Raul Velloso, economista.
“A própria União tem seus caminhos para se socorrer. Mas ela tem de estender esses caminhos, que é basicamente usar recursos decorrentes de emissão monetária. É a forma mais rápida e não vejo nenhum problema para a economia se isso acontecer durante a pandemia. Por aí é que tem que sair a solução. Emitir moeda para compensar os entes públicos por esse desastre.”
LOC.: É isso. O Portal Brasil 61 conversou hoje com Raul Velloso, ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento. Velloso, Muito obrigado pela participação.
TEC./SONORA: Raul Velloso, economista.
“Ok. Bom que o Brasil está se movimentando para resolver problemas como esse.”