LOC.: Depois de uma quinzena muito seca, uma massa de ar polar intensa avança pelo país nesta semana, provocando muito frio e até mesmo neve em várias cidades da região Sul. Já a partir desta quarta-feira (19), a temperatura começa a cair bruscamente, de acordo com institutos de meteorologia.
As previsões apontam que as regiões das serras gaúcha e catarinense devem registrar até três graus abaixo de zero. Já no sul de Mato Grosso do Sul e parte de São Paulo, os termômetros podem marcar 3º positivos, o que é incomum para este mês. A frente fria é tão intensa, que pode provocar o fenômeno conhecido como friagem, atingindo o Acre e Rondônia, onde as temperaturas podem bater os 12º.
Segundo Fábio Luengo, meteorologista do Somar Meteorologia, não se via um frio tão intenso assim desde julho de 2013, quando nevou em vários municípios do sul do país.
TEC./SONORA: Fábio Luengo, meteorologista do Somar.
“A partir de quarta-feira vem muito frio em grande parte do Brasil. Primeiramente, a região Sul, em seguida o sul de MS e parte de São Paulo e já ali pra sexta, fim de semana, se estende para outras áreas do Centro-Oeste, do Sudeste e até mesmo o sul da Região Norte.”
LOC.: Por enquanto, os modelos que tentam prever a ocorrência da neve oscilam bastante. De antemão, o Somar aponta para maior probabilidade de neve nas áreas mais altas da região Sul do país, como em Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul, parte do planalto catarinense e do Paraná.
A chance de os moradores e turistas se divertirem com o fenômeno é maior nas regiões de Cambará do Sul, São Francisco de Paula, São José dos Ausentes, no Rio Grande do Sul e em Urubici, Bom Jardim da Serra, Urupema e São Joaquim, em Santa Catarina, o que pode acontecer já na quinta-feira à noite. Na sexta, a previsão é de que a neve seja mais ampla, atingindo municípios do Paraná. Ainda não há previsão do fenômeno para alguma capital. Contudo, as condições podem mudar nos próximos dias, segundo o meteorologista.
Apesar disso, Fábio aponta que o momento é de cautela, já que no início de uma mudança tão grande e repentina nas condições do tempo, os modelos de previsão costumam exagerar.
TEC./SONORA: Fábio Luengo, meteorologista do Somar.
“São pequenos flocos de neve, que não dá para fazer um bonequinho direito. Por isso estamos tomando cuidado, colocando o pé no chão.”
LOC.: Para Fábio, as pessoas que já têm problemas respiratórios devem redobrar a atenção com a mudança brusca nas temperaturas. Isso porque além do forte frio, há previsão de ventanias. Já o setor da agropecuária pode ficar mais descansado, segundo ele. Ao menos, por enquanto. Fábio explica que muitas lavouras na região Sul, por exemplo, já foram colhidas e não estariam na fase de desenvolvimento, que é mais vulnerável às geadas e outros fenômenos.
Reportagem, Felipe Moura.