ECONOMIA: Educador financeiro dá dicas para não se endividar com novas regras do cartão de crédito

SalvarSalvar imagem
SalvarSalvar imagem

REPÓRTER: Já estão valendo as novas regras do rotativo de cartão de crédito. Agora, os clientes que quiserem pagar o valor mínimo da parcela, só vão poder fazer esta opção por um mês. A nova medida determina que, depois que a fatura do mês seguinte vencer, o saldo do cliente deve ser parcelado em linha de crédito com juros mais baixos ou, ainda, ser quitado integralmente. Apesar das novas mudanças, não são todas as famílias brasileiras que têm orçamento suficiente para lidar com as parcelas que terão que pagar todos os meses. É o que explica o doutor em Educação Financeira e presidente da Associação Brasileira de Educadores financeiros, Reinaldo Domingos.
 
SONORA: Reinaldo Domingos, doutor em Educação Financeira e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros.
“Só tem um problema. O orçamento financeiro dos brasileiros não está preparado para ter uma prestação dessas entrando mês a mês. Então a probabilidade de nós termos um acréscimo ainda maior da inadimplência em nosso Brasil é iminente.”
 
REPÓRTER: Reinaldo Domingos lembra que o cartão de crédito é um ótimo aliado para quem consegue se organizar financeiramente. A dica do educador financeiro para quem será obrigado a parcelar a fatura do cartão é fazer uma faxina financeira nas contas pessoais.
 
SONORA: Reinaldo Domingos, doutor em Educação Financeira e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros
“Nós temos que fazer, praticamente, uma faxina financeira em nossas vidas. Para poder ter condições de ter essa parcela, este financiamento, adentrando o meu orçamento mensal. Mas para entrar no meu orçamento mensal eu teria que fazer, praticamente, um diagnóstico financeiro, reduzir meus gastos do dia a dia, do mês a mês, para que essa parcela possa ser honrada junto ao credor.”
 
REPÓRTER: Para quem está começando a usar o cartão de crédito ou quer fugir das dívidas, a dica de Reinaldo é outra. O educador financeiro recomenda não ter mais de um cartão de crédito e explica que é preciso conhecer bem os limites do orçamento para não cair no vermelho.
 
SONORA: Reinaldo Domingos, doutor em Educação Financeira e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros
“Imagine que você tenha um valor de ganho mensal de três mil reais. Você não poderia ter um cartão de crédito de seis mil reais. E muito menos acima de três mil reais. Porque se eu tenho um salário liquido de três, eu tenho que ter – pelo menos  - um cartão que nunca ultrapasse os três mil reais. Mas o que mais importa é que a gente saiba, aprenda e eduque-se, fazendo com que esse cartão não seja um problema. Para isso, o respeito ao limite, saber que se você ultrapassar você vai pagar juros orbitantes e saber, também, que ele traz benefícios, mas – acima de tudo – que a gente tenha ele como um aliado e não como um inimigo.”
 
REPÓRTER: A determinação de restringir o uso do rotativo do cartão foi apresentada pelo Conselho Monetário Nacional em janeiro, com o objetivo de reduzir os juros do rotativo que chegaram a 484,6 por cento ao ano em 2016. Desde esta segunda-feira que a medida é válida para todo o Brasil.

 

Reportagem, Bruna Goularte

Receba nossos conteúdos em primeira mão.