Créditos: Ministério da Saúde
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Distrito Federal investe na capacitação de equipes para identificar novos casos de hanseníase

Na última semana desse mês de janeiro agora, no DF, ocorreram várias ações em todas as regiões de saúde, justamente para alertar a sociedade sobre os sinais e sintomas da doença

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Antigamente, acreditava-se que a hanseníase era uma doença que atingia apenas pobres e pecadores. A doença era considerada tão contagiosa que seria transmitida através de um toque. Hoje, ainda tem muita gente que acredita nisso, mas a verdade é que ela só é disseminada quando há exposição prolongada à bactéria e quando o doente não faz tratamento. A aposentada Marli de Fátima Barbosa viveu isso na pele. Ela, que trabalhava na coordenação de combate à hanseníase do Distrito Federal, foi infectada, e recorda que o preconceito foi a parte mais difícil da doença. 

“Eu digo que há sempre o preconceito ao avesso. Eu morava na Asa Norte desde que eu cheguei em Brasília, então o pessoal ainda tem em mente que hanseníase é coisa de pobre, mas não é. A hanseníase pode acometer qualquer pessoa. Uma coisa é você trabalhar com a hanseníase, o lado da mesa, o lado do profissional. O lado do doente é muito ruim. Mesmo eu sendo profissional de saúde, eu passei dois, três meses para digerir e poder contar para minha família”.

Créditos: Ministério da Saúde

E o preconceito cresce cada vez mais quando há desinformação. Marli conta que depois de uma entrevista em que se identificou como paciente em tratamento da doença, uma vizinha chegou a pedir para que ela vendesse o apartamento. Tudo isso poderia ser evitado caso a vizinha tivesse acesso a uma simples informação: a partir do momento em que o paciente toma a primeira dose dos remédios, imediatamente deixa de ser transmissor da doença. Poucas pessoas sabem, mas hanseníase tem cura – apesar de poder deixar sequelas, nos casos em que o diagnóstico é tardio. Para evitar que a doença traga consequências irreversíveis ao corpo dos pacientes, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal trabalha com a capacitação de agentes de saúde para uma identificação precoce da doença. É o que explica a médica dermatologista do Departamento de Vigilância Epidemiológica de Hanseníase do DF, Janaína Amorim. 

“Na última semana desse mês de janeiro agora, no DF, ocorreram várias ações em todas as regiões de saúde, justamente para alertar a sociedade sobre os sinais e sintomas da doença. Houve ações também de busca ativa de casos novos, treinamento e capacitação de algumas equipes de atenção básica de saúde. No governo, o nosso maior foco é justamente o diagnóstico precoce e instituição do tratamento adequado para justamente evitar as sequelas, que é o que gera estigma e segregação”.

Somente no Distrito Federal, foram registrados 160 casos novos da doença em 2017, último dado fornecido pela Secretaria de Saúde. No Brasil, no mesmo ano, foram registrados 26.875 casos novos.  
Por isso, o importante é ficar atento aos sinais do seu corpo. Ao surgimento de qualquer mancha em que você perceba a perda ou diminuição da sensibilidade ao toque, calor ou frio, procure a Unidade Básica de Saúde mais próxima. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, menores as chances de sequelas. A hanseníase tem cura e o tratamento está disponível gratuitamente no SUS. Por isso, não esqueça: identificou, tratou, curou. Para mais informações, acesse: saude.gov.br/hanseniase. 

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