Foto: Heider Betcel/FIEAM/Arquivo
Foto: Heider Betcel/FIEAM/Arquivo

Alunos do SESI Sorocaba (SP) criam projeto de traje para simular exercícios de musculação em astronautas

Sem a resistência gravitacional, o corpo não enfrenta dificuldades para realizar tarefas motoras, o que enfraquece os músculos

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Passar meses no espaço é um desafio para o corpo humano. A ausência de gravidade, o fato de estar sozinho a quilômetros da Terra, a radiação a que os astronautas são expostos afetam desde a perda de massa muscular até o paladar. Podem alterar ainda sono e a imunidade. Um jeito de minimizar parte desses reflexos foi encontrado por um grupo de alunos do SESI Sorocaba, no interior de São Paulo. A equipe, chamada Sesisorobóticos, desenvolveu um traje para que o astronauta se exercite mais intensamente e reduza a perda de massa muscular e os danos no desempenho dos músculos.

Durante a pesquisa, os alunos descobriram que sem a gravidade, o corpo diminui a produção de células dos músculos. Como não fazem tanto esforço com algumas partes do corpo no espaço como fazem na Terra, a exemplo da panturrilha e as costas, essas partes podem perder até 25% da massa muscular. Sem a resistência gravitacional, o corpo não enfrenta dificuldades para realizar tarefas motoras, o que enfraquece os músculos. 

O capitão da equipe Sesisorobóticos, Vinícius Ferreira Gomes, 16 anos, explica que o traje é feito com elásticos, posicionados estrategicamente ao longo do corpo do astronauta, funcionando para gerar a contração dos músculos. Segundo Vinícius, a ideia surgiu em conjunto com o grupo e o traje veio logo em seguida, após pesquisas e conversas com especialistas. “Nunca vivenciei nada parecido na minha vida e está sendo algo que eu acho que realmente vai impactar no futuro. Estou muito ansioso, contando os dias para participar do torneio”, comemora o jovem.

O projeto será apresentado durante o Torneio SESI de Robótica FIRST® LEGO® League, que acontecerá entre os dias 15 e 17 de março, no Rio de Janeiro. A competição é realizada no Brasil há mais de uma década e, a cada ano, tem um tema central. Em 2019, a temática é “Into Orbit”. Os participantes tiveram que trabalhar em cima de soluções para as problemáticas que envolvem o espaço e desenvolver facilitadores para a vida dos astronautas. 

Segundo a analista de Suporte em Informática e instrutora da equipe, Fabiana Piovani Carneiro, 42 anos, uma das maiores dificuldades foi encontrar os materiais adequados para a confecção do traje, no entanto, tudo serviu de experiência para novos aprendizados. “A nossa expectativa é nos divertir muito, compartilhar tudo que a equipe aprender, trocar experiências e conseguir uma vaga para os mundiais”, afirma. 

Ciência e tecnologia

O torneio faz parte de um programa internacional de exploração científica, projetado para fazer com que crianças e jovens de nove a 16 anos se entusiasmem com ciência e tecnologia e adquiram habilidades de trabalho e de vida. Propõe que estudantes sejam apresentados ao mundo da ciência e da tecnologia de forma divertida, por meio da construção e programação de robôs feitos inteiramente com peças da tecnologia LEGO®. A competição de robótica pode ser usada no ambiente escolar, mas não é projetada exclusivamente para esse propósito. Os jovens podem estar associados a uma escola, um clube, uma organização ou simplesmente ser formado por um grupo de amigos, desde que liderados por dois técnicos adultos. O SESI é responsável pela operação oficial do torneio no país.

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