Data de publicação: 11 de Dezembro de 2018, 03:02h, Atualizado em: 17 de Julho de 2020, 18:32h
O jovem Gabriel Comicholi acordou um dia com um nódulo no pescoço. Achando que podia estar com caxumba, o ator de 21 anos, que é paranaense, mas trabalhava no Rio de Janeiro, foi até o hospital. A médica, então, pediu uma bateria de exames porque ele, além do caroço, estava com febre. E foi aí que o resultado deu negativo para a doença, mas positivo para HIV.
“Não foi uma coisa fácil. Fica meio abalado. E eu não tinha muito conhecimento do que era o HIV. Isso foi bom e ruim no meu caso, né? Bom porque eu não tinha muito essa carga negativa em cima do assunto, então eu lidei de uma maneira mais natural assim.”
O Gabriel faz parte de uma estatística que preocupa a saúde pública no país. Os casos de HIV entre jovens gays de 15 a 19 anos triplicaram em dez anos. Um estudo feito a pedido do Ministério da Saúde aponta que a taxa de novos casos de HIV/aids em homens com idades de 15 a 19 anos no Brasil mais que triplicou entre 2006 e 2015: passou de 2,4 para 6,7 ocorrências a cada 100 mil habitantes. Já entre 20 e 24 anos, a taxa dobrou: de 15,9 para 33,1 casos a cada 100 mil habitantes. Por isso, Gabriel decidiu fazer vídeos no Youtube e criou o canal HDiário, para contar como é viver a vida de maneira normal com o HIV, porque ele namora, usa camisinha com o namorado, trabalha e faz planos de se mudar de Curitiba, no Paraná, para a capital paulista, no Ano Novo, com o companheiro.
“O Hdiário é uma sessão em que eu falo sobre meu HIV. Ele é um diário. O primeiro vídeo é eu contando que estava com HIV, que ia atrás de tudo. Aí fui mostrando passo a passo. Mostrei o primeiro dia de tratamento, a primeira vez que tomei o remédio. Então, tudo que eu fui aprendendo eu fui passando para as pessoas ao mesmo tempo.”
O HDiário tem mais de 35 mil seguidores e só cresce, porque fala de maneira simples e direta sobre o dia a dia de quem tem o HIV e vive bem graças ao tratamento médico, gratuito no Sistema Único de Saúde, o SUS.
“Pais, falem com seus filhos sobre sexo, que é um assunto muito importante dentro de casa. A gente precisa reeducar, precisa educar e sempre lembrar que esse é um assunto que não é fácil, que é um tabu e a gente tem que descontruir ele, conversar todo dia. E, pros jovens, usem camisinha. Com certeza transar com preservativo é melhor, porque o sexo seguro é bem melhor do que o inseguro, vai ser mais tranquilo lá pra frente.”
Para ficar tranquilo, faça o teste rápido em qualquer unidade de saúde do seu estado. Use camisinha e conheça as outras formas de prevenção combinada, disponíveis no SUS. Proteja-se. Trinta anos da luta mundial contra a aids. Uma bandeira de histórias e conquistas. Saiba mais em aids.gov.br.