Foto: Eduardo Peret/Agência IBGE Notícias
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Valor da cesta básica deve seguir ‘pressionando’ as famílias, prevê economista

De acordo com o Dieese, o custo médio da cesta básica teve aumento em oito capitais e retração em nove, nos últimos 12 meses. Em junho, produtos básicos ficaram mais baratos

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Os produtos que compõem a cesta básica tiveram queda de preços em nove capitais do país em junho. No acumulado de 2021, o Dieese verificou que a maior retração nos valores dos alimentos entre as capitais foi em Belo Horizonte (MG), com -6,4%. Já os dados referentes ao mês passado apontam queda de preços entre -0,3%, em Natal (RN), e a -2,2% em Goiânia (GO). 

Os valores da cesta básica foram influenciados, de acordo com dados da pesquisa do Dieese, pela queda dos preços do arroz em 12 capitais. Vitória – ES, teve a maior queda de preço no quilo do grão de 2,9%. Porto Alegre (RS) (-2,8%), São Paulo (SP) (-1,8%) e Florianópolis (SC) (-1,7%). A batata, -30,9% em Vitória, e a banana, -13,2% em Belo Horizonte, também contribuíram para a queda de preços da cesta básica. 

“Não tenho percebido. Sou muito atenta aos preços. Está sendo assustador ir ao supermercado com intenção de voltar com o carrinho cheio, mas, a gente não está vendo essa realidade [queda nos preços]”, disse Mirce Oliveira, 52 anos, consumidora de Goiânia. 

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Na capital do país, os valores da cesta básica tiveram queda de 0,5%, mas, segundo Osvaldo Serqueira, 73 anos, morador de Brasília, é insuficiente para ser notada no supermercado. 

“Não vejo. Vou ao comércio com frequência. Sou pai de família. Acabei de chegar do mercado e me espantei com o preço da cesta básica. Muito caro mesmo”, relata o aposentado. 

A tendência de queda nos valores da cesta básica em junho ainda não é capaz de dar alívio aos bolsos dos consumidores. Isso porque, os produtos acumulam alta de quase 30% nos preços, nos últimos 12 meses nas capitais. Ou seja, a retração atual não foi suficiente para influenciar descontos consideráveis. 

“Nos últimos 12 meses, mesmo com a melhora na ponta da curva do último mês, o arroz, por exemplo, que caiu 1% na última medição do IPCA, tem acumulado em 12 meses 46% de alta. Ou seja, está pesando muito no orçamento das famílias”, lembra o economista e pesquisador da Unicamp, Felipe Queiroz.

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De acordo com o Dieese, o custo médio da cesta básica teve aumento em oito capitais e retração em nove, nos últimos 12 meses. As maiores altas foram registradas em Fortaleza (1,7%), Curitiba (1,5%) e Florianópolis (1,4%). 

No período dos últimos 12 meses, as maiores altas acumuladas no preço da cesta básica foram em Brasília (29,8%), Porto Alegre (25,3%), Florianópolis (24,8%), Vitória (22,2%) e Curitiba (22,2%). 

Os produtos da cesta básica que mais tiveram aumento de preços foram leite, açúcar, carne e óleo de soja. A cesta mais cara foi registrada em Florianópolis a R$ 645,38. 

“Mesmo que tenhamos melhorias a curto prazo nos preços, com a taxa de desemprego elevada, o poder de compra das famílias em baixo, o preço relativo da cesta básica no orçamento familiar tende a continuar ainda pressionando muito as famílias”, alerta Felipe Queiroz.

Arte: Brasil 61
 

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