LOC.: O Brasil reconheceu nacionalmente 16 estados e o Distrito Federal como áreas livres de febre aftosa. A partir de 2 de maio, a vacinação nessas unidades da federação será suspensa, conforme determina a Portaria nº 665, de 21 de marços de 2024, do Ministério da Agricultura e Pecuária. O advogado especialista em direito animal Luciano De Paoli explica que a febre aftosa é uma doença que acomete animais de casco fendido — que o separa do chão —, como bovinos, búfalos, caprinos, ovinos e suínos.
Por não ter tratamento, o especialista conta que esses animais acabam prejudicados. O advogado especialista em direito agrário Francisco Torma acrescenta um outro fator para o Brasil ter interesse em suspender vacinação.
TEC./SONORA: Francisco Torma, agrário
“Em regiões onde a febre afetosa é muito comum, nós temos um indicativo de que os cuidados veterinários não são bons, que o manejo desse animal não é bom. Então se nós temos vacinação, nós podemos ter mascarado a situação, ou seja, o trato veterinário não é tão bom, o cuidado com rebanho não é tão bom, mas nós não temos a doença por conta da vacinação”,
LOC: O veterinário Lucas Edel esclarece que deixar de vacinar é sinal de vigilância e cuidado.
TEC./SONORA: Lucas Edel, veterinário
“Desde 2016, o Ministério da Agricultura iniciou um planejamento, um plano estratégico para iniciar o processo do Brasil se tornar um país livre sem vacinação, que isso é muito bom para o país. Se a gente está vacinando é porque a gente não existe um risco. Se a gente deixa de vacinar é porque esse risco não existe mais ou ele é quase nulo. E aí a gente acaba fazendo somente uma vigilância para evitar que esse vírus chegue novamente”,
LOC.: O armazenamento, a comercialização e o uso de vacinas contra a febre aftosa nessas unidades da Federação será proibído, de acordo com a Portaria. Além disso, também, será restrita a movimentação de animais e de produtos desses locais para as demais áreas que ainda praticam a vacinação no país.
O processo de transição de zonas livres de febre aftosa com vacinação para livre sem vacinação está previsto no plano Estratégico do Plano Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA). A meta é que o Brasil se torne totalmente livre de febre aftosa sem vacinação — até 2026.
Reportagem, Lívia Azevedo