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O governo do Espírito Santo determinou que 8 ilhas localizadas no município de Guarapari estão suspensas para atividades turísticas por tempo indeterminado. As ilhas entraram na lista de proibições após notificações de casos de gripe aviária. Na segunda-feira (6) a prefeitura de Vila Velha já havia anunciado o fechamento de outras cinco ilhas turísticas que ficam na orla de Itapuã por pelo menos seis meses.
Em Guarapari, as oito ilhas com proibições estão localizadas no Arquipélago das Três Ilhas, que por sua vez possui cinco ilhas: (Quitongo, Cambaião, Guanchumbas, Leste-Oeste e Guararema), e na Área de Proteção Ambiental (APA), que é composto por outras três ilhas: Francisco Vaz, Toaninha e Alacaeira. Todas elas estão proibidas de receberem turistas.
A portaria com a medida foi assinada em conjunto entre a Secretaria do Meio Ambiente e o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e publicada em edição extra do Diário Oficial do estado.
Com o objetivo de dar mais transparência e agilidade nas informações, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) disponibilizou um painel BI (Business Intelligence) para consulta de casos confirmados do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), ou seja, casos graves da doença.
Até o momento existem 30 casos confirmados de focos de gripe aviária grave. Desses casos, 20 estão no Espírito Santo, 7 no Rio de Janeiro, enquanto São Paulo, Rio Grande do Sul e Bahia registram um caso cada. Não há casos confirmados de infecções em humanos no Brasil. Os dados fazem parte do painel de monitoramento de casos de gripe aviária disponibilizado pelo Mapa.
Com o aumento do número de casos da doença, o governo federal abriu, através de uma Medida Provisória (1.177/2023), um crédito extraordinário de R$ 200 milhões em favor do Ministério da Agricultura. O auxílio deverá ser aplicado em ações de enfrentamento à gripe aviária.
De acordo com o MAPA, a gripe aviária é altamente contagiosa e afeta aves domésticas e silvestres, podendo atingir também o homem. Existem diversos vírus da gripe que causam a gripe aviária, no entanto um dos mais comuns e preocupantes é o H5N1.
Segundo a chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios da Fiocruz, Marilda Siqueira, apesar da gripe aviária não infectar seres humanos com facilidade, existe a preocupação de médicos e profissionais da área de saúde de que o vírus sofra mutações e consiga infectar seres humanos.
“Principalmente em algumas diferenças nos genomas desses vírus, que fazem e permitem que eles possam ocasionar uma maior ou menor gravidade nos humanos, dependendo dessas características genômicas deles e dependendo também da adaptação que eles tenham ou não nos humanos.”
Os sintomas a serem observados nas aves podem ser leves, moderados ou graves. São eles: dificuldade respiratória, secreção nasal ou ocular, espirros, incoordenação motora e diarreia.
De acordo com a médica veterinária Dandara Franco, é importante monitorar as aves domesticadas e silvestres para que não haja proliferação do vírus.
“A influenza aviária é uma doença viral que tem uma ampla distribuição em diversos locais do mundo e que afeta principalmente as aves domésticas e silvestres e ocasionalmente afeta os mamíferos. As aves silvestres, principalmente essas que têm o hábito de imigração, são hospedeiros naturais que contribuem para o ciclo de vida do vírus e esses animais podem ser assintomáticos. Por isso é importante a monitoração desses animais”.
Na ocorrência desses sintomas, a orientação do Ministério da Agricultura é entrar em contato com a Inspetoria ou Escritório de Defesa Agropecuária do seu município.
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