LOC.: O anúncio recente do presidente Lula de que pode vetar a taxação federal dos produtos importados de até 50 dólares alegrou clientes que costumam fazer compras em sites estrangeiros — sobretudo os chineses. Esse é o caso, por exemplo, da estudante Renata Araújo, de 26 anos, moradora de Brasília, que todo mês faz uma comprinha online.
TEC/SONORA: Renata Araújo, estudante
“O que eu costumo comprar nos sites chineses são coisas de beleza, como gloss, maquiagem, presilha, ou coisas para casa. A diferença de preço dos produtos chineses para os brasileiros é bem grande e a qualidade, às vezes, é igual a do Brasil, ou até mesmo inferior.”
LOC.: A cobrança do imposto de importação desses produtos foi incluída no projeto que institui o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que seria votada na última quarta-feira no Congresso Nacional, mas foi adiada a pedido do governo. O debate não é novo, começou em 2023, quando o governo se mostrou favorável à taxação dos produtos abaixo de US$ 50. Com isso, gerou-se uma repercussão negativa em relação à imagem do governo — o que o fez recuar mesmo causando uma disputa interna com o Ministério da Fazenda, que defende a taxação e o consequente aumento da arrecadação.
O economista César Bergo explica que, hoje, todo produto que chega ao país no valor de até US$ 50, não paga impostos. Para ele, isso representa um prejuízo para o mercado interno — que não consegue concorrer com o que vem de fora.
TEC/SONORA: economista César Bergo
“Isso prejudica a indústria nacional e prejudica o comércio, porque o produto chega sem imposto no Brasil e causa uma concorrência desleal. O contribuinte, por sua vez, gosta, pois paga barato, mas o país acaba tendo um grande prejuízo.”
LOC.: Ainda não há data prevista para a votação do projeto no Congresso.
Reportagem, Lívia Braz