Vazio Sanitário é o período de ausência total de plantas vivas de soja. Foto: Divulgação/MAPA
Vazio Sanitário é o período de ausência total de plantas vivas de soja. Foto: Divulgação/MAPA

SOJA: respeito ao vazio sanitário garante melhor desempenho a municípios produtores

O vazio sanitário é uma ferramenta adotada para inibir ou reduzir a propagação de doenças e pragas nas lavouras nacionais


Os produtores brasileiros de soja já sabem quando devem começar o plantio da oleaginosa. Isso porque quem cultiva um dos produtos agrícolas mais exportados pelo País em 2022 deve respeitar o período de vazio sanitário imposto pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).

O vazio sanitário é uma ferramenta adotada para inibir ou reduzir a propagação de doenças e pragas nas lavouras nacionais. No caso da cultura da soja de 2023, o período foi estabelecido pelo MAPA no último dia 10 de abril, com a publicação da portaria nº 781, que determina um calendário para cada estado produtor, em que, por pelo menos 90 dias, não se pode plantar soja, além de ser proibido a manutenção de plantas vivas do grão. Com a medida, o ministério visa controlar a incidência da Ferrugem Asiática, uma das principais vilãs da sojicultura nacional.

O pesquisador Rafael Moreira Soares, da Embrapa Soja, explica a importância do período de vazio sanitário para o combate ao fungo que causa a ferrugem asiática.

“O ideal seria pelo menos noventa dias, pois se consegue diminuir bastante a população do fungo. Você começa a nova safra de soja com uma população muito baixa no fungo, então a doença demora para aparecer e, com isso, é uma das formas e não ter tantos problemas com a doença na safra”, destaca.

De acordo com Soares, anualmente o custo para controle da ferrugem asiática no Brasil chega a R$ 10 bilhões. O pesquisador pontua que os principais gastos ocorrem com a utilização de fungicidas.

“Considerando o custo dos produtos e estimando um pouco de perdas que ela causa porque muitas vezes mesmo aplicando a doença evolui e causa prejuízo, é em torno desses dois US$ 2 bilhões por ano”, afirma.

Sorriso na liderança

O maior produtor de soja do Brasil é o município de Sorriso, no Mato Grosso. Dados recentes do Agrosatélite, plataforma que analisa a expansão da soja no País, mostra que na safra 2021/22, o primeiro colocado no ranking nacional teve uma área com 592.278 hectares produzidos.

O engenheiro agrônomo e produtor rural em Sorriso Rodrigo Pozzobon atribui alguns fatores como essenciais para o sucesso da produção na região, entre eles o solo.

“A gente tem um clima ideal, vontade de trabalhar por aqui e acho que o solo. O solo é fácil de se trabalhar também. Então é um lugar que acabou dando certo”, considera. 

Para ter êxito na cultura da oleaginosa, a região de Sorriso precisou se adaptar às mudanças causadas pela ferrugem asiática desde a introdução da doença em meados de 2001 no Brasil. Para Pozzobon, o respeito ao vazio sanitário, é crucial para o bom desenvolvimento da sojicultura local.

“Na época, evidentemente, a gente não gostou, não queria aceitar isso, mas hoje a gente olha e ninguém nem pestaneja em cumprir o vazio sanitário. Temos a agricultura que temos hoje em função desse vazio sanitário”, avalia.

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LOC.: Os produtores brasileiros de soja já sabem quando começar o plantio da oleaginosa. Isso porque quem cultiva um dos produtos agrícolas mais exportados pelo País em 2022 deve respeitar o período de vazio sanitário. Trata-se de um prazo de pelo menos 90 dias que não se pode plantar o grão, além de ser proibida a manutenção de plantas vivas. 

Com a medida, o Ministério da Agricultura visa controlar a incidência da Ferrugem Asiática, uma das principais vilãs da sojicultura nacional. O pesquisador Rafael Moreira Soares, da Embrapa Soja, explica a importância do período de vazio sanitário para o combate ao fungo que causa a doença.

TEC./SONORA: Rafael Moreira Soares, pesquisador da Embrapa Soja

“A ferrugem é causada por um fungo, que precisa da planta viva de soja para sobreviver. Então, se você não tem a planta no ambiente, no campo, os esporos do fungo da ferrugem, eles sobrevivem no máximo, no ambiente, por 50 dias. Então se ele não encontrar as plantas, ele vai cair no solo e vai morrer, aí com isso vai diminuir a população do fungo.”


LOC.: No Brasil, o maior produtor de soja do é o município de Sorriso, no Mato Grosso. Dados recentes da plataforma Agrosatélite mostram que, na safra 2021/22, o primeiro colocado no ranking nacional teve uma área com mais de 592 hectares produzidos. O engenheiro agrônomo e produtor rural na região, Rodrigo Pozzobon, destaca quais fatores contribuem para o sucesso da produção local. 

TEC./SONORA: Rodrigo Pozzobon, produtor rural

“A gente tem clima, é um clima ideal, vontade de trabalhar por aqui e acho que o solo. O solo é fácil de se trabalhar também. Então é um lugar que acabou dando certo.”


LOC.: De acordo com o Consórcio Antiferrugem, projeto coordenado pela Embrapa Soja, anualmente o custo para controle da ferrugem asiática no Brasil chega a dois bilhões de dólares, o equivalente a pouco mais de dez bilhões de reais. 

Reportagem, João Nogueira, locução, Karina Chagas