LOC.: Os produtores brasileiros de soja já sabem quando começar o plantio da oleaginosa. Isso porque quem cultiva um dos produtos agrícolas mais exportados pelo País em 2022 deve respeitar o período de vazio sanitário. Trata-se de um prazo de pelo menos 90 dias que não se pode plantar o grão, além de ser proibida a manutenção de plantas vivas.
Com a medida, o Ministério da Agricultura visa controlar a incidência da Ferrugem Asiática, uma das principais vilãs da sojicultura nacional. O pesquisador Rafael Moreira Soares, da Embrapa Soja, explica a importância do período de vazio sanitário para o combate ao fungo que causa a doença.
TEC./SONORA: Rafael Moreira Soares, pesquisador da Embrapa Soja
“A ferrugem é causada por um fungo, que precisa da planta viva de soja para sobreviver. Então, se você não tem a planta no ambiente, no campo, os esporos do fungo da ferrugem, eles sobrevivem no máximo, no ambiente, por 50 dias. Então se ele não encontrar as plantas, ele vai cair no solo e vai morrer, aí com isso vai diminuir a população do fungo.”
LOC.: No Brasil, o maior produtor de soja do é o município de Sorriso, no Mato Grosso. Dados recentes da plataforma Agrosatélite mostram que, na safra 2021/22, o primeiro colocado no ranking nacional teve uma área com mais de 592 hectares produzidos. O engenheiro agrônomo e produtor rural na região, Rodrigo Pozzobon, destaca quais fatores contribuem para o sucesso da produção local.
TEC./SONORA: Rodrigo Pozzobon, produtor rural
“A gente tem clima, é um clima ideal, vontade de trabalhar por aqui e acho que o solo. O solo é fácil de se trabalhar também. Então é um lugar que acabou dando certo.”
LOC.: De acordo com o Consórcio Antiferrugem, projeto coordenado pela Embrapa Soja, anualmente o custo para controle da ferrugem asiática no Brasil chega a dois bilhões de dólares, o equivalente a pouco mais de dez bilhões de reais.
Reportagem, João Nogueira, locução, Karina Chagas