LOC.: 28% de impostos no lugar dos 26,5%. Essa é a previsão do setor produtivo quanto à alíquota do IBS/CBS, caso a lista de exceções para a isenção do imposto não seja revista.
A principal crítica do setor produtivo ao texto que regulamenta a reforma tributária — aprovado na Câmara dos Deputados — está justamente nas exceções. A lista de bens e serviços com alíquota zero aumentou, assim como o número de itens com tarifas reduzidas, como carnes, peixes, queijos e sal.
Um IVA acima de 26,5% seria o maior do mundo, afirma o economista Marcelo Monteiro, da Análise Econômica de São Paulo.
TEC/SONORA: Marcelo Monteiro, da Análise Econômica de São Paulo
“Aqui no Brasil o grande problema é que as exceções viram regras e isso vai recair sobre toda a sociedade como um todo e provavelmente vamos ter o maior IVA do mundo. Esse é o grande problema, fazemos tanta exceção que acabamos socializando as perdas e a sociedade toda pagando pelo privilégio de alguns grupos.”
LOC.: A votação no Senado só deve acontecer em agosto. Até lá, a Confederação Nacional da Indústria, a CNI, pede a revisão dessas exceções além de ressarcimento mais rápido do saldo credor de IBS/CBS para todas as empresas. O texto aprovado fala em 60 dias para as empresas em geral receberem de volta a diferença entre o que pagaram de impostos e o que precisariam ter pago.
Outro ponto defendido pela indústria é o equilíbrio no regime aduaneiro, que precisa ser aperfeiçoado para que haja a isonomia entre a produção nacional e a importação. Ou seja, compras internas para indústrias precisam desfrutar dos mesmos benefícios que as importações, para não haver risco de preferência por matérias-primas de fora do país.
A CNI acrescentou ainda uma observação contrária à cobrança de Imposto Seletivo sobre carvão mineral, minério de ferro e petróleo. O argumento é que isso vai gerar cumulatividade de impostos na cadeia produtiva, o que eleva a carga tributária e gera distorções no sistema.
Reportagem, Livia Braz