LOC.: Em meio a disputas entre juros e inflação, o Conselho Monetário Nacional se reuniu pela primeira vez no governo do presidente Lula nesta quinta-feira (16). O encontro, que durou cerca de trinta minutos, terminou sem que o colegiado tenha aprovado medidas relativas à meta de inflação.
A meta de inflação de 2023 é de 3,25%. Nos dois anos seguintes, o alvo a ser perseguido pelo Banco Central é de 3%. A meta, que é atualizada a cada três anos, deve fixar a de 2026 este ano.
Para o economista Carlos Eduardo Freitas, que foi diretor do Banco Central, a sugestão do mercado financeiro de aumentar a meta da inflação é uma ideia errada, porque primeiro é necessário ajustar suas políticas fiscais para que as metas sejam alcançadas.
TEC./SONORA: Carlos Eduardo Freitas, economista
“Se isso está acontecendo, é porque a política fiscal e a monetária não estão sendo conduzidas de forma compatível com a estabilidade dos preços. Então, o que tem que corrigir é a política fiscal. Fazer uma política fiscal mais comprometida com a estabilidade monetária. Só isso e não mudar a meta.”
LOC.: Segundo o economista, o aumento da meta da inflação iria mudar as expectativas do mercado.
TEC./SONORA: Carlos Eduardo Freitas, economista
“O mercado iria fazer uma expectativa de que o governo desistiu de ter uma política macroeconômica de curto prazo, compatível com a estabilidade monetária e a expectativa de inflacionárias aumentariam ao invés de diminuírem.”
LOC.: Na ocasião, o Conselho Monetário Nacional aprovou o balanço do Banco Central que apresentou resultado negativo de R$ 298,5 bilhões. Segundo a nota divulgada pelo BC, do “resultado negativo apurado no exercício de 2022, R$ 179,1 bilhões serão cobertos mediante reversão de reserva de resultado e R$ 82,8 bilhões serão cobertos por redução do patrimônio institucional do Banco Central.”
Reportagem, Landara Lima