LOC.: Entidades representantes da indústria de alimentos se manifestaram contra a medida provisória que alterou os seguros de carga. Em carta conjunta, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos, a Associação Brasileira de Proteína Animal e a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais alegam que a medida vai causar aumento significativo de custos logísticos em diversas cadeias produtivas, elevando os preços de alimentos.
É o que explica o gerente de Relações Institucionais e Governamentais da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais, Carlos Müller.
TEC./SONORA: Carlos Müller, gerente de relações institucionais e governamentais da Abiove
“Agora nós temos dois novos seguros obrigatórios, o seguro de responsabilidade civil que cobre o desaparecimento da carga e seguro de responsabilidade civil do veículo para a cobertura de danos aos terceiros. Isso por si só já traz o aumento de custos, mas o aumento grande vem com a exclusividade para os transportadores contratarem o seguro contra perdas e danos, porque este sempre foi feito globalmente, cobrindo toda a receita operacional bruta de todos os modais das empresas, então o preço era muito mais baixo do que o que vai acontecer”.
LOC.: A medida provisória foi aprovada na forma de Projeto de Lei de Conversão e aguarda sanção presidencial até o dia 20 de junho. Uma emenda à MP tornou obrigatória a contratação de três seguros para o transportador pessoa física ou cooperativa. Para o deputado federal Domingos Sávio, do PL de Minas Gerais, a medida deve beneficiar somente as seguradoras.
TEC./SONORA: Domingos Sávio, deputado federal (PL-MG)
“É inaceitável que queiram fazer esse tipo de coisa, aumentar o Custo Brasil, aumentar o custo para a produção para o transporte de alimentos para beneficiar um determinado segmento que já é um segmento que ganha muito. O segmento de seguros no Brasil está associado diretamente ao setor financeiro, ao setor bancário, é um dos setores que menos paga imposto e que mais ganha dinheiro no Brasil principalmente nas costas do produtor, são verdadeiros sócios do produtor rural sem ter que derramar o suor que o produtor rural derrama.”
LOC.: Segundo os cálculos das indústrias alimentícias o custo anual para os setores de alimentos pode passar de 800 milhões de reais, atualmente, para 15 bilhões de reais com a MP.
Reportagem, Landara Lima.