Foto: Arquivo/EBC
Foto: Arquivo/EBC

SC: Com queda de 25% nas doações durante a pandemia, Santa Catarina apresenta baixo estoque de sangue tipo A positivo

Estoques do sangue tipo O negativo e O positivo também sofreram redução. Por isso, Hemosc faz apelo à população por novos doadores

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Santa Catarina está com baixo estoque de sangue tipo A positivo. Os níveis de sangue tipo O negativo e O positivo também sofreram redução. Durante a pandemia, o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) registrou queda de 25% nas doações. Segundo a coordenadora do hemocentro, Michelen Ghedin, manter uma frequência de doações é importante para evitar que os estoques passem por um período crítico.

“Com o aumento do número de casos e o pico da pandemia aqui no estado, os estoques de sangue chegaram a níveis de alerta, onde mais de 25% da redução nas doações foram observados. Os principais tipos sanguíneos que têm uma maior dificuldade na manutenção dos estoques são os da tipagem O e A. Esses são os mais impactados e os mais utilizados, sendo que os principais, claro, são os da tipagem negativa.  O negativo que é o doador universal é o mais utilizado nas transfusões de emergência, o que impacta também nos estoques e faz com que ele seja importante”, explicou Michelen.

O Hemosc possui sete hemocentros capacitados para coleta de sangue e de medula óssea, que estão em sete cidades catarinenses. A sede do hemocentro coordenador está localizada em Florianópolis, na Avenida Othon Gama D'Eça, número 756, Centro, próximo ao Hospital Governador Celso Ramos e em frente à Maternidade Carmela Dutra. O telefone do hemocentro é  (48) 3251 9712 ou final 9713. As demais unidades estão localizadas em Blumenau, Chapecó, Criciúma, Joaçaba, Joinville e Lages. 

Segundo a coordenadora, as cidades de Florianópolis, Joinville e Blumenau são as cidades mais engajadas na doação de sangue. Com a pandemia, Joinville, no entanto, registrou queda nas doações. Para contornar a situação, a hemorrede adotou todos os protocolos de contenção contra a Covid-19 de modo a tranquilizar os doadores e aumentar o número de doações de sangue.

“Estamos contornando essa queda nos estoques adotando algumas medidas como a realização de coletas externas, em outras cidades da região, principalmente no oeste do estado. Também adotamos a abertura dos nossos hemocentros em sábados extras para mobilizar a sociedade que não podia faltar o serviço durante a semana. Adotamos medidas de segurança bastante rígidas de distanciamento, higienização e a prática da doação de sangue por agendamento”, afirmou a coordenadora.

Exemplo de solidariedade

Mesmo com a pandemia, alguns catarinenses entendem a importância de continuar doando sangue para salvar vidas. É o caso de Luís Cláudio Rodrigues, de 51 anos. O militar carioca, que agora reside em Santa Catarina, também é doador de medula óssea. Ele já realizou mais de 230 doações de sangue e bateu o recorde como o maior doador do país. Mas o foco, ele diz, não é o reconhecimento. Para Luís Cláudio, o que importa é ajudar os pacientes que necessitam de uma transfusão. 

“Sou um viciado em salvar vidas. Com ou sem pandemia, os acidentes continuam acontecendo, as cirurgias continuam, o câncer não está preocupado se têm Covid-19 ou se não. Essa corrente solidária não pode parar. Seja mais um elo nessa corrente junto comigo e junto com vários, para não dizer centenas ou milhares de doadores de sangue espalhados em torno do Brasil”, afirmou.

FOTO: Arquivo Pessoal / Luis Cláudio doando plaquetas no Hemosc.

Importância da doação regular

A doação é voluntária e pode beneficiar milhares de pessoas, independente do parentesco. De acordo com o Ministério da Saúde, são realizadas três milhões de doações de sangue por ano na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, destaca a importância da doação regular.

“Vamos aproveitar essa oportunidade para reafirmar não só as ações de enfrentamento à pandemia, mas também a necessidade contínua de cumprir o preceito constitucional da saúde como direito fundamental. O sangue, ao longo do tempo, simboliza a vida. E nesse sentido, é importante a doação regular de sangue. Doe sangue regularmente, com a nossa união, a vida se completa.”

Onde doar sangue em Santa Catarina

Em Santa Catarina, existem sete hemocentros e duas unidades de coleta. Procure o Hemosc mais próximo de sua região e faça a sua doação de sangue e medula óssea. Além dos hemocentros, a rede do HEMOSC conta com duas unidades de coleta em Jaraguá do Sul e Tubarão.

Algumas cidades estão fazendo o agendamento através do site do hemocentro. Outras agendam a doação por telefone. Neste caso, basta ligar para o (48) 3251-9712 ou final 9713. Para saber mais informações sobre endereços e horários de funcionamento das unidades, veja o mapa abaixo.

Critérios para doação de sangue e medula óssea

De acordo com a Coordenação-Geral de Sangue e Derivados do Ministério da Saúde, o procedimento para doação de sangue é simples. Primeiro se faz o cadastro, aferição de sinais vitais, teste de anemia, triagem clínica, coleta de sangue e depois o lanche. Isso tudo leva em média 40 minutos.

Vale lembrar que até mesmo quem foi infectado pelo coronavírus pode doar sangue e medula óssea. No entanto, é necessário aguardar 30 dias após completa recuperação da doença. Quem teve contato com pessoas infectadas também precisa esperar 14 dias para poder fazer a doação, apresentando RT-PCR negativo e ausência de sintomas. Já os vacinados, devem esperar o tempo de imunização que vai depender da marca do imunizante.

Para doar sangue é necessário ter entre 16 e 69 anos de idade e pesar no mínimo 50 quilos. Mulheres podem doar até três vezes ao ano com intervalo de 3 meses entre as doações. Já os homens podem doar até quatro, com intervalo de 2 meses entre as doações. A doação é voluntária e uma bolsa de apenas 450mL de sangue pode ajudar até quatro pessoas.

Candidatos a doação de medula óssea devem ter entre 18 e 35 anos, estar em bom estado de saúde e não apresentar doença infecciosa ou incapacitante. Segundo o Redome, algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.

Doar sangue e medula é seguro! Com a pandemia, todos os protocolos de contenção contra a Covid-19 estão sendo realizados. No dia da doação, será preciso apresentar documento de identificação com foto. Para saber mais sobre os critérios e restrições de sangue, acesse o portal do Hemosc.

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LOC.:  Santa Catarina está com baixo estoque de sangue tipo A positivo. Os níveis de sangue tipo O negativo e O positivo também sofreram redução. Durante a pandemia, o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) registrou queda de 25% nas doações. Segundo a coordenadora do hemocentro, Michelen Ghedin, manter frequência de doações é importante para evitar que os estoques cheguem a um estado crítico. 

TEC./SONORA: Michelen Ghedin, coordenadora e assessora técnica do HEMOSC

“Com o aumento do número de casos e o pico da pandemia aqui no estado, os estoques de sangue chegaram a níveis de alerta, onde mais de 25% da redução nas doações foram observados. Os principais tipos sanguíneos que têm uma maior dificuldade na manutenção dos estoques são os da tipagem O e A. Esses são os mais impactados e os mais utilizados, sendo que os principais, claro, são os da tipagem negativa.  O negativo que é o doador universal é o mais utilizado nas transfusões de emergência, o que impacta também nos estoques e faz com que ele seja tão importante.”

LOC.: O Hemosc possui sete hemocentros capacitados para coleta de sangue e de medula óssea, que estão em sete cidades catarinenses. A sede do hemocentro coordenador está localizada em Florianópolis, na Avenida Othon Gama D'Eça, número 756, Centro, próximo ao Hospital Governador Celso Ramos e em frente à Maternidade Carmela Dutra. O telefone do hemocentro é  (48) 3251 9712 ou final 9713. As demais unidades estão localizadas em Blumenau, Chapecó, Criciúma, Joaçaba, Joinville e Lages. 

Além dos hemocentros, a rede conta com duas unidades de coleta em Jaraguá do Sul e Tubarão. Algumas cidades estão fazendo o agendamento através do site do hemocentro. Outras agendam a doação por telefone. Neste caso, basta ligar para o hemocentro da capital. 

Mesmo com a pandemia, alguns catarinenses entendem a importância de continuar doando sangue para salvar vidas. É o caso de Luís Cláudio Rodrigues, de 51 anos. O militar carioca, que agora reside em Santa Catarina, também é doador de medula óssea. Ele já realizou mais de 230 doações de sangue e bateu o recorde como o maior doador do país. Mas o foco, ele diz, não é o reconhecimento. Para Luís Cláudio, o que importa é ajudar os pacientes que necessitam de uma transfusão. 

TEC./SONORA: Luís Cláudio Soares Rodrigues, militar

“Eu não vou dizer que eu sou viciado em doar sangue, eu sou um viciado em salvar vidas. Essa história me rendeu 231 doações de sangue. Com ou sem pandemia, os acidentes continuam acontecendo, as cirurgias continuam, o câncer não está preocupado se têm Covid ou não. Essa corrente solidária, ela não pode parar. Seja mais um elo junto comigo e junto com vários, para não dizer centenas ou milhares de doadores de sangue espalhados em todo o Brasil.”

LOC.: Para saber onde doar sangue ou se cadastrar para doar medula óssea, acesse hemosc.org.br. 

Reportagem, Luiza Aldser