Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

São Paulo é o estado que mais deve gastar com saúde em 2023

O valor pode passar de R$ 126 bilhões. Um aumento de 6,9% comparado ao ano passado, segundo a pesquisa IPC Maps

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Os gastos com saúde crescem no Brasil. Só em 2023, o setor deve movimentar no país R$ 414,6 bilhões. Esse número representa um acréscimo de 7,4% em comparação com o ano anterior. Em 2022, esse mercado alcançou R$386,1 bilhões. A conslusão é da Pesquisa IPC Maps, especializada em potencial de consumo dos brasileiros. Segundo o levantamento, São Paulo lidera a lista dos estados com mais gastos. Um aumento de 6,9%, comparado a 2022. O valor pode chegar a R$ 126.437.738.120. As despesas com medicamentos aparecem em primeiro lugar — custos acima de R$ 56 bilhões. Para o responsável pelo estudo, Marcos Pazzini, essa alta pode ser explicada:

“Isto, de certa forma, é reflexo do envelhecimento da população. O envelhecimento da população exige mais cuidados por parte dessa parcela da população, mais idas aos médicos, mais medicamentos, mais realização de exames, e isto acaba onerando toda a cesta de consumo da população. É um cenário que vem acontecendo já há muitos anos, cada vez mais”, revela.

Atrás de São Paulo está Minas Gerais. De acordo com a pesquisa, o estado pode ultrapassar o valor de R$ 46 bilhões. Um aumento de 8,1%. Na sequência, o Rio de Janeiro. O estudo mostra que os cariocas podem investir até R$ 41.887.188.877, o que representa um crescimento de 9,4%, em comparação  ao ano anterior.

Conforme o levantamento, medicamentos, planos de saúde e tratamento médico e dentário aparecem como os ítens que a população mas investe. “Quase R$ 218 bilhões são referentes a plano de saúde e tratamento médico e com medicamentos são R$ 197 bilhões. Ou seja, a prevalência é com pagamento de plano de saúde. Como a população está cada vez mais envelhecendo mais rapidamente, a tendência é que as despesas com saúde continuem aumentando ao longo dos próximos anos”, observa Marcos Pazzini, responsável pelo IPC Maps.

A professora e coordenadora pedagógica aposentada Elenir Rosa de Azevedo (67) conta que precisa se organizar e fazer um bom planejamento para conseguir pagar as contas e cuidar da saúde.

“Tenho 67 anos e meu marido 69. E para mantermos nossa saúde em dia e uma qualidade de vida mais saudável, temos um gasto mensal muito grande, com consultas, exames e remédios. Além disso, se faz necessário exercícios físicos com o acompanhamento de um profissional qualificado. Nós fazemos pilates — e é caro. E também bons hábitos alimentares. Aí é preciso ajuda de um nutricionista, que também é caro”.

Ela revela que, muitas vezes, precisa fazer escolhas. “Tudo é muito caro. Vai aí uma generosa parcela de nosso orçamento mensal. E quando precisamos de suplemento vitamínico, então? Nossa, muito caro. Aí, o lazer tão necessário à saúde mental fica em segundo plano. Pois para manter todas as contas em dia, se faz necessário um bom planejamento. Alguma coisa tem que ficar de fora”, desabafa.

Um mercado de oportunidades

Para Marcos Pazzini, responsável pelo IPC Maps, esse aumento no setor de saúde também pode ser uma oportunidade para quem quer atuar no segmento. “Tivemos um crescimento de 1.117 novos estabelecimentos abertos entre 2022 e 2023. Ou seja, há uma oportunidade no comércio varejista de medicamentos”, aponta.

Ele observou no estudo que nos últimos anos apareceram algumas empresas oferecendo consultas a preços mais acessíveis para quem não tem plano de saúde e estava desempregado eventualmente. “Empresas para a realização de exames também com preços melhores, inclusive casas de saúde e asilos (...) Então essas oportunidades também estarão disponíveis para os próximos anos”, informa.

Do ano passado para cá, cerca de 1.117 unidades (0,9%) foram abertas, totalizando hoje 119.338 estabelecimentos. Só no Rio de Janeiro, foram 274 farmácias abertas em 2023, um aumento de 3,0%. São Paulo teve 146 novos estabelecimentos e Minas Gerais 84, ambos com um crescimento de 0,7%.

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