Foto: Divulgação/CNI
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Santa Catarina exemplifica movimento de descentralização industrial e vive alta empregabilidade

Santa Catarina lidera como maior produtor brasileiro do setor de vestuário e acessórios, com produção estimada em R$ 6,6 bilhões no biênio 2017/2018. Isso ajudou o estado a exibir a menor taxa de desemprego do País em 2019

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Santa Catarina se tornou um exemplo do movimento de descentralização da indústria nacional enquanto colhe frutos na economia, com alta empregabilidade. A região assumiu o posto de maior estado produtor do Brasil no setor de vestuário e acessórios, com produção estimada em R$ 6,6 bilhões no biênio 2017/2018, passando São Paulo e evidenciando a diversificação industrial do País, antes concentrada no Sudeste.
 
Os números são de uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que avaliou a década entre os biênios 2007/2008 e 2017/2018. O estudo aponta como diferentes regiões buscam assumir o protagonismo industrial, dividindo atenção com estados consolidados historicamente no segmento, como São Paulo e Rio de Janeiro. 
 
A variação da participação do Sudeste no PIB industrial do Brasil no período teve queda de -7,66 pontos percentuais, enquanto houve crescimento nas outras quatro regiões, com destaque para Sul e Nordeste, que tiveram crescimento acima de 2 pontos percentuais. 

Economia

Para parlamentares que atuam no fortalecimento do setor, o crescimento da indústria no Sul afeta diretamente a economia, como pontua o deputado federal Rodrigo Coelho (PSB-SC). 
 
“Santa Catarina, em geral, é um dos últimos estados a entrar nas crises que tivemos recentemente. E se você pega a crise de 2013 ou a que teve agora na pandemia, sempre somos os primeiros a sair. É um povo muito empreendedor, uma economia muito diversificada. Santa Catarina sem dúvida alguma tem um potencial enorme de geração de emprego e renda”, diz.
 
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019 o estado de Santa Catarina registrou o menor índice de desemprego do País, com uma taxa de 93,8% catarinenses de 14 anos ou mais empregados e 6,2% desocupados. 
 
O fortalecimento do mercado de trabalho no estado do deputado do PSB também mostra uma consistência, mesmo com a pandemia da Covid-19. No primeiro trimestre deste ano, Santa Catarina continuou com a menor taxa de desemprego do País, nos mesmos 6,2% de desocupação de 2019, antes da crise sanitária.
  
Para Rodrigo Coelho, a tecnologia vem sendo uma grande aliada da produção industrial que movimenta o mercado de trabalho. Ele avalia que as empresas do estado têm buscado investir em inovação para melhorar a produção, permitindo não só a transformação dos sistemas manuais para o digital, mas também a criação de novos modelos de negócio e aumento da produtividade. 

“O setor têxtil tem agregado valor e gera muito emprego, por exemplo. Nessa inovação, e com investimento na indústria 4.0, hoje esse setor representa 18% dos empreendimentos do estado e é responsável por mais de 20% dos empregos na indústria. É o primeiro no ranking estadual na geração de empregos e o segundo em número de estabelecimentos. Outro dos destaques da indústria catarinense é, sem dúvida alguma, o setor metal mecânico e metalúrgico, que responde por mais 10% da produção do estado. Importante destacar também que são mais de 7 mil empresas, mas 98% delas são de micro e pequeno porte”.

Movimento nacional

Vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Piauí (Corecon-PI), Dorgilan Rodrigues da Cruz analisa esse novo cenário de descentralização industrial. “Hoje, essas indústrias querem estar mais próximas do seu consumidor. E, principalmente, querem evitar custos. Então, a questão da descentralização do setor produtivo, do setor industrial, é exatamente para se aproximar do seu mercado consumidor, evitando assim o maior custo de frete, de transporte, perdas do processo de levar e trazer o produto, levar a matéria-prima e depois escoar o processo produtivo.”
 
Para o economista, o processo de industrialização nos estados aquece e oxigena toda a economia, levando emprego, matéria-prima e crescimento, fortalecendo ainda o agronegócio, o terceiro setor a questão tributária dos governos locais. “A indústria é um setor da nossa economia que impulsiona. Entre os destaques dessas atividades econômicas, há a linha de produção de alimentos, linha de produção de derivados do petróleo — como biocombustível —, a indústria farmacêutica também teve esse crescimento, indústrias extrativas”

Números positivos

Dorgilan também destaca o aumento da produção nacional de vestuário e acessórios, que tem como um dos grandes polos o estado de Santa Catarina. “Houve um crescimento de 6,2%. Isso mostra que as famílias começaram a se abastecer de bens de consumo, bens de produtos para melhorar a qualidade de vida”, diz. 
 
Santa Catarina alcançou, em 2018, 26,8% da produção nacional desse segmento, passando de uma receita de R$ 2,5 bilhões em 2007/2008 a R$ 6,6 bilhões uma década depois. A produção industrial nacional de todos os setores também vem ganhando destaque em estados como Pará, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e Mato Grosso do Sul. 
 

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