Acampamento Quartel-General em Brasília (31/12)
Acampamento Quartel-General em Brasília (31/12)

Às vésperas da posse de Lula, manifestantes bolsonaristas resistem em acampamento

Mesmo com a negociação do GDF com o desmonte pacífico do acampamento, grupos bolsonaristas afirmam que não sairão do local. Eles já estão lá há dois meses


Às vésperas da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, bolsonaristas acampados em frente ao Quartel General em Brasília (QG), seguem na intenção de continuar com as manifestações contestando os resultados das eleições presidenciais. No dia 1º de janeiro, a ação completa dois meses. Apesar das articulações de representantes do governo Lula e GDF para o desmonte do acampamento, os grupos de manifestantes afirmam que não sairão do local.

Desde o dia 1º de novembro, Maria Aparecida saiu de casa para participar. Ela  afirma que não se arrepende de estar longe da família. “Eu passei Natal, Copa do Mundo e vários outros eventos aqui, mas faço isso com orgulho. Estou lutando pela minha família, pelos meus netos”.

Há sessenta dias no acampamento, Maria conta que o movimento ainda segue forte, sem pretensão de se desmontar. Ela explica que algumas pessoas não moravam no DF e vieram unir forças, mas precisaram voltar e estão manifestando em suas cidades de origem. “Muitas pessoas estão falando sobre desmobilização, mas na verdade, as pessoas saíram apenas para acampar nas cidades em que moram. Nós não estamos perdendo a força. Temos fé e vamos lutar até o fim.”

Neste domingo, 1º de janeiro de 2023, acontece o evento de posse do presidente eleito Lula. A bolsonarista Tainá Marra diz que não sabem o que farão após o dia 1º. “É um cenário triste, mas nós perdemos a luta, não a batalha”.

Os manifestantes não se intimidam com a presença de jornalistas e pessoas que chegam e vão embora todos os dias, mas o clima de desconfiança é constante. 

Um dos grupos  ( dos que optaram por não serem identificados) conta que nunca faltou comida, água e locais para higienes básicas, desde o dia em que chegaram ao acampamento. As doações de alimentos são entregues diariamente para quem quiser. “São pelo menos quatro refeições, café da manhã, almoço, jantar e mais tarde um pouco, outro lanche. Depois desse lanche, tem um horário para o acampamento ficar em silêncio e todos cumprem a regra.”

Mesmo com a diminuição e o desmonte de algumas barracas, o local ainda é cheio e o clima é de união, mas os grupos manifestantes não se mostram abertos a conceder entrevistas e algumas vezes, pedem a retirada de pessoas que não estão frequentemente por lá. 

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Locução: A menos de um dia da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, grupos de manifestantes bolsonaristas seguem acampados em frente ao Quartel General em Brasília. 
Tainá Marra está no local desde o dia 1º de novembro. Ela diz que não se arrepende de viver lá  até agora contestando o resultado oficial da eleição presidencial.

TÉC/SONORA:

"Eu não me arrependo de ter ficado aqui todos esses dias porque eu tenho certeza que vai ser pelo bem da nossa nação. A gente está ciente de que nosso presidente fez tudo que ele podia ter feito, ele não teve apoio que ele deveria mas a gente não vai desistir nunca."


Locução: Há dois meses no acampada no QG, Maria Aparecida afirma que se for preciso, ficará mais tempo. 

TÉC/SONORA: "Se for preciso eu passo mais 60 dias, deixei a minha vida, deixei os meus filhos, deixei os meus netos tudo, deixei de passar o Natal com eles. Inclusive, eles vieram passar o Natal aqui, mas eu não me arrependo nenhum segundo."


LOC: Um dos grupos que optaram por não serem identificados conta que nunca faltou comida, água e locais para higienes básicas, desde o dia em que chegaram ao acampamento. As doações de alimentos são entregues diariamente para quem quiser. 

Reportagem, Daniela Gomes.