Um grupo de alunos da Escola SENAI Conde Alexandre Siciliano, de Jundiaí, tiveram contato com uma ideia que poderia transformar pigmentos químicos, usados para colorir plásticos em produtos 100% naturais extraídos do Urucum, fruto nativo das Américas e muito usado pelos indígenas para remoção de tintura vermelha.
A ideia era criar um produto que pudesse substituir os químicos na pigmentação de embalagens plásticas. Eles inscreveram o projeto no programa Mostra Inova, do SENAI e, após dois anos de trabalho, criaram o Organicolor, processo de pigmentação orgânica para embalagens plásticas.
O Instrutor de práticas profissionais do SENAI, e orientador do projeto, Eduardo Vargas, conta que a ideia de transformar a pigmentação de plástico em um processo natural ganhou destaque no estado e, posteriormente, em todo país.
“Então, nós passamos por um filtro de 370 projetos na fase estadual. Destes 370, nós fomos indicados entre os 25 melhores projetos em processos, porque nosso projeto era Processo Inovador. Então, nós desenvolvemos todo o processo, desde fornecedor do Urucum, em escala industrial como nós precisamos, nós desenvolvemos toda a extração e incorporação, fizemos testes aqui na escola nos equipamentos que nós temos.”
O projeto dos alunos da Escola SENAI Conde Alexandre Siciliano, de Jundiaí, avançou para etapa nacional do Mostra Inova ficando em segundo lugar na categoria Processo Inovador.
Além disso, o Organicolor foi apresentado para a indústria de cosméticos Natura, que tem apelo comercial sustentável. A empresa se interessou pelo projeto e deve realizar uma produção piloto, com uso das técnicas desenvolvidas pelos alunos do SENAI de Jundiaí, a partir de janeiro.
O estudante do curso técnico profissional em plásticos, e participante do projeto Organicolor, Kauan Moreira, de 18 anos, conta que ficou empolgado com a ideia de produzir o pigmento a partir do Urucum. No entanto, ele revela que a missão não foi fácil.
“Dizer o sim foi muito fácil. O difícil foi a gente fazer o projeto andar. Através de várias pesquisas, a gente sempre esteve tentando nos atualizar sobre o mercado, saber mais sobre o próprio Urucum que a gente sabia muito pouco. E, através de várias pesquisas, que a gente pode dar andamento ao projeto. A gente pesquisava e ia para prática. Aí não dava certo, a gente voltava para área de pesquisa e ia novamente para prática. Foi intercalando essa dinâmica que a gente deu continuidade ao projeto.”
Ao todo, o estado de São Paulo participou com oito projetos na etapa nacional do Mostra Inova 2018. Além do projeto Organicolor, dos alunos do SENAI de Jundiaí, que ficaram com o segundo lugar em Processo Inovador, estudantes da Escola SENAI Ettore Zanini, de Sertãozinho, ficaram em primeiro lugar na categoria Produto Inovador, com o projeto Biosusten, Plantando o Futuro.
Reportagem, Cristiano Carlos